Aliados exaltam Bolsonaro 'cor-de-rosa' e tentam reverter rejeição feminina
Na busca por reverter a rejeição feminina a Jair Bolsonaro (PL), aliados do presidente foram às redes sociais para dizer que ele é o chefe do Executivo que "mais lutou" pelas mulheres. A movimentação ocorre após o último Datafolha mostrar uma recuperação de Bolsonaro no eleitorado feminino — ainda assim, o candidato à reeleição é preterido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) publicou ontem (29) um vídeo no qual chama Bolsonaro de "presidente mais cor-de-rosa da história".
"Muitas pessoas estão impressionadas e surpresas porque o presidente Bolsonaro sancionou até agora 72 leis de proteção à mulher", diz ela no vídeo. Enquanto a ex-ministra fala, surgem imagens no canto da dela da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e da jornalista Miriam Leitão, ambas críticas do presidente.
Hoje, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP),um dos filhos do presidente, exaltou o pai em mensagem direcionada ao público feminino: "Mesmo que o PT minta, Bolsonaro foi o presidente que mais lutou para proteger mulheres".
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro, divulgou ontem um vídeo animado no qual o pai faz uma dancinha acompanhado de outras mulheres. Nas imagens surge a legenda: "Quando dizem que o presidente não gosta de mulheres".
Na quinta-feira (28), Damares já havia publicado outro vídeo no qual elogiava ações do presidente em relação às mulheres. Neste, ela faz referência a uma fala da primeira-dama Michelle Bolsonaro no evento que lançou a candidatura à reeleição do marido no último domingo (24).
"Gente, lamento informar que a primeira-dama do Brasil de fato se enganou ao afirmar que o presidente Jair Bolsonaro sancionou sancionou 70 leis de proteção da mulher. Não foram 70. Até agora, já são 72 novas leis", disse Damares. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o número informado pelas duas é inflado.
Michelle tem sido convocada pela campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022 com o intuito de atrair voto feminino, além de manter a preferência do eleitorado evangélico pelo presidente. No evento de domingo, o discurso da primeira-dama foi voltado para desconstruir a ideia de que ele seja machista.
"Falam que ele não gosta de mulheres, mas ele sancionou a lei que dá o direito de mães de crianças com microcefalia receberem o BPC [Benefício de Prestação Continuada]", afirmou ela à ocasião.
Apesar da fala de Michelle, Bolsonaro realizou piadas misóginas durante a semana, além de colecionar uma série de declarações preconceituosas.
"Como ela falava muito alto comigo em casa eu falei 'tu vai aprender libras' e ela aprendeu libras", disse ele a apoiadores na quarta (24). Pouco depois, ele disse que, apesar de ganhar um salário de R$ 33 mil, quase não despende o dinheiro, porque quem gasta é Michelle.
Datafolha
Na quinta-feira (28), pesquisa Datafolha registrou um crescimento de seis pontos percentuais de Bolsonaro entre as eleitoras mulheres. O principal adversário do candidato à reeleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou três pontos para baixo entre o eleitorado feminino.
No entanto, Lula ainda lidera entre as mulheres por larga vantagem: tem 46% de intenção de votos nesta fatia do eleitorado, contra 27% de Bolsonaro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, mas, neste segmento específico, é de três pontos.
Os resultados da pesquisa foram vistos por colunistas do UOL como uma resposta positiva do eleitorado ao maior destaque dado a Michelle na campanha de 2022.
Ontem, Madeleine Lacsko escreveu que a primeira-dama "é um trunfo que Jair Bolsonaro não teve na última campanha" e que o comportamento do presidente, na sua visão, mostra que ele se incomoda com o sucesso da esposa. Hoje, Felipe Moura Brasil apresentou visão semelhante ao avaliar que Michelle "tenta ajudar, mas Bolsonaro insiste em atrapalhar a campanha".
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