Topo

Esse conteúdo é antigo

Vereadoras trans acionam MP por fala homofóbica de Bolsonaro no Flow

Presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista ao Flow Podcast - Reprodução/YouTube
Presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista ao Flow Podcast Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

09/08/2022 19h25

A vereadora por São Paulo Erika Hilton e a vereadora suplente de Porto Alegre Natasha Ferreira, ambas trans e ambas do PSOL, acionaram o MP (Ministério Público) por uma fala supostamente homofóbica do presidente Jair Bolsonaro ontem no Flow Podcast. No programa, Bolsonaro falava sobre a pandemia de Covid-19 e a vacinação. Então, ele questionou o apresentador Igor Coelho se ele tomaria vacina contra a varíola dos macacos.

Igor respondeu que tomaria e Bolsonaro fez piada com isso.

"Ah, eu tenho certeza que tu vai tomar! Tu não me engana, tu vai tomar", e seguiu rindo.

Antes, ele fez menção de que a doença estaria relacionada a homens gays, mas evitou falar de forma direta.

Apesar da tendência de casos positivos da varíola dos macacos entre homens que fazem sexo com outros homens, é incorreto fazer uma associação direta, bem como afirmar que essa seja um doença sexualmente transmissível. A transmissão se dá por meio de contato físico próximo, o que acontece em uma relação sexual, mas não somente por ela. O contágio também acontece a partir do contato com objetos contaminados.

As vereadoras afirmam na denúncia que não é a primeira vez que o presidente faz piadas consideradas ofensivas aos LGBTQIA+. Erika Hilton e Natasha Ferreira já acionaram a justiça contra Bolsonaro pelo mesmo motivo em 2020, após ele insinuar que viraria homossexual por tomar um guaraná da cor rosa. O MPF arquivou essa denúncia.

Ao UOL, Erika Hilton afirmou que nenhum estigma poderia passar impune.

"Se tem algo que Bolsonaro aprendeu nesses anos é cometer crimes contando com a impunidade, disfarçando suas falas como piadas. Entramos no Ministério Público novamente pois nenhum tipo de estigma negativo e violência, desde os mais sutis, aos mais explícitos, pode passar impune. Mas não permitiremos mais que Bolsonaro tente pautar o debate público com violências. Seguiremos denunciando o conjunto da sua gestão catastrófica: a fome, o desemprego, a inflação, a corrupção e sua sanha autoritária, que prejudica todos os brasileiros", disse.

O UOL procurou o Planalto para comentar o assunto, mas até o momento não houve resposta.