Topo

Bolsonaro vai a evento do agro em Brasília com cara de convenção partidária

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

10/08/2022 09h58Atualizada em 10/08/2022 14h47

Em clima de convenção partidária, o presidente e candidato do PL, Jair Bolsonaro, participou na manhã de hoje do Encontro Nacional do Agro, em Brasília. Ele estava acompanhado do ex-ministro da Defesa e general de Exército Walter de Souza Braga Netto, seu vice na chapa.

Trajados de verde e amarelo, militantes, apoiadores e representantes do setor rural reforçam o apoio da CNA (Confederação da Agricultura e da Agropecuária do Brasil), organizadora do evento, à tentativa de reeleição do presidente.

Em sua fala, o chefe do Executivo federal voltou a atacar o principal adversário nas urnas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com xingamentos, e também fez uma piada homofóbica com ex-ministros da Defesa.

"Até pouco tempo tinha tudo quanto é tipo de gente lá, que não entendia nada, que nunca pegou numa pistola —que atira, vamos deixar bem claro— e foi ser ministro da Defesa. Ele pode ter pego em várias outras pistolas, nessa que atira não", ironizou o governante, em comentário de baixo calão alusivo ao órgão sexual masculino.

Em seu discurso, a ex-ministra da Agricultura e candidata ao Senado por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP-MS), referiu-se ao agronegócio e aos representes do setor presentes no evento como "exército verde e amarelo".

"Esse setor não ficou em casa [durante a pandemia da covid-19]. Esse setor trabalhou, produziu, gerou renda e emprego."

Logo no cerimonial de abertura, o presidente da entidade, João Martins da Silva Júnior, referiu-se a Lula como "corrupto" e "ladrão".

Em seguida, foram lidos pontos de uma carta elaborada pela CNA com questões relevantes para o país no próximo mandato presidencial, segundo avaliação da Confederação.

Entre as pautas estão bandeiras e motes de campanha de Bolsonaro, tais como a independência da produção de fertilizantes (insumos importados essencialmente do leste europeu, região afetada pela guerra da Ucrânia) e agendas pertinentes à liberdade econômica.

A CNA defendeu abertamente a aprovação de projeto de lei que sugere tipificar invasões de terra como atos terroristas e se manifestou contrária a novas demarcações de terras indígenas. Foram feitos vários elogios a Bolsonaro, especial na exaltação da política de concessão de títulos de domínio para assentados (bandeira de campanha do presidente).

Lula e Bolsonaro serão protagonistas do embate nas urnas em outubro, de acordo com as projeções eleitorais realizadas até o momento. Na contramão do apoio em massa do agronegócio, o pleiteante à reeleição surge em desvantagem nas pesquisas. Amostra do Datafolha divulgada há duas semanas aponta que Lula tem 18 pontos percentuais à frente do oponente e tem chances de vencer no primeiro turno.

Além de Tereza Cristina e Braga Netto, o presidente estaca acompanhado do deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), entre outros.