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Em ato evangélico, Malafaia imita Bolsonaro e mente sobre urnas eletrônicas

Bolsonaro, Silas Malafaia e Michelle Bolsonaro na Marcha para Jesus 2022, no Rio  - Reprodução/Facebook
Bolsonaro, Silas Malafaia e Michelle Bolsonaro na Marcha para Jesus 2022, no Rio Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

13/08/2022 18h24Atualizada em 16/08/2022 18h17

Em ato evangélico neste sábado (13), o pastor Silas Malafaia repetiu mentiras propagadas pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas. Ambos participaram da Marcha para Jesus no Rio, onde o presidente e candidato à reeleição convocou os fiéis para os atos do 7 de setembro. Diferentemente do que afirmam a urna eletrônica é segura.

"Se um hacker invadiu o Pentágono, o sistema de segurança mais seguro do mundo, porque não podem invadir as urnas eleitorais do Brasil?", disse o pastor. As declarações de Malaia e de Bolsonaro que colocam sob suspeita o processo eleitoral brasileiro são falsas.

Oresultados de todas as eleições realizadas desde sua implementação são confiáveis, conforme afirmam especialistas em segurança digital ouvidos pelo UOL, além do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e de peritos da PF e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Bolsonaro: "O Brasil está condenado a dar certo"

Em um discurso de pouco mais de dez minutos, Bolsonaro classificou como "inadmissível" o fechamento das igrejas durante a pandemia de covid-19. A medida era defendida por médicos e outros especialistas para evitar o maior espalhamento da doença pelo país e foi adotada por prefeitos e governadores.

Além disso, o presidente relembrou o atentado sofrido durante a campanha de 2018 e classificou sua recuperação após a facada em Juiz de Fora (MG) como "mais do que sorte" e um exemplo da "mão de Deus operando" em sua vida.

Bolsonaro fez questão de frisar seu posicionamento contra o aborto, o que chama de "ideologia de gênero" e a liberação das drogas.

"O Brasil é um país que está condenado a dar certo, ser cristão e livre. E a força vem de cada um de vocês", disse o presidente.

Primeira-dama também discursou

No fim de sua fala, ele fez questão de destacar a presença de sua esposa Michelle. "A pessoa mais importante aqui hoje não sou eu, é a dona Michelle", afirmou Bolsonaro.

A primeira-dama foi saudada pelo público com muitos aplausos e também disse algumas palavras.

"O estado é laico, mas eu sou eu cristã e vou louvar o nome do meu senhor até o último fôlego de vida. Nós vamos sim trazer a presença do senhor Jesus para o governo e vamos declarar que esta nação pertence ao senhor e as portas do inferno não prevalecerão contra a nossa família, contra a igreja brasileira e contra o nosso Brasil", afirmou ela.

O protagonismo de Michelle em aparições com o marido faz parte de uma estratégia da campanha de reeleição de Bolsonaro. Com um tom religioso, estrategistas do presidente veem Michelle como um trunfo junto aos evangélicos e às mulheres.

Em relação a elas, um dos objetivos é fazer com que Michelle ameniza a rejeição da população feminina a Bolsonaro. Segundo pesquisa Datafolha publicada no fim de julho, Bolsonaro tem 27% das intenções de voto femininas, contra 46% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário e líder nas pesquisas de intenção de voto.

Ao fim da fala de Michelle, o governador do Rio Cláudio Castro cantou para ela e Bolsonaro. Castro tinha uma carreira como cantor gospel antes mesmo de assumir a chefia do poder executivo fluminense, em maio de 2021, após o impeachment do ex-governador Wilson Witzel.