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Bolsonaro volta a chamar ato pela democracia de 'cartinha': 'Demagogos'

Bolsonaro - PL - Divulgação
Bolsonaro - PL Imagem: Divulgação

Do UOL, em Brasília e São Paulo

25/08/2022 16h20

O presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como "demagogos" àqueles que assinaram a manifestação em defesa da democracia, denominada a "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros pela defesa do Estado Democrático de Direito".

A manifestação ultrapassou a marca de 1 milhão de signatários no dia 11 de agosto, dia em que o documento foi lido na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, instituição que encabeçou o manifesto pela democracia. No mesmo prédio da faculdade, também no dia 11, foi lido o documento feito pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) também em defesa pela democracia.

Respeitar a democracia é muito diferente de assinar uma 'cartinha'. Honrar a Constituição, em especial direitos e garantias fundamentais, é o que diferencia democratas de demagogos. Bolsonaro, em seu perfil no Twitter

"Ofender, ameaçar e restringir o direito à liberdade, em suas várias vertentes, contraria a única carta à democracia, a nossa Constituição de 1988", prosseguiu.

Embora as duas cartas não citem diretamente o presidente Bolsonaro, elas são vistas como uma resposta às declarações golpistas do mandatário contra o processo eleitoral no país, em especial contra as urnas eletrônicas. Nos discursos feitos antes das leituras, os oradores tiveram a preocupação de não citar o nome do presidente. Nas redes sociais, Bolsonaro ironizou o ato.

Quem leu as cartas? A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de direito" foi lida em partes por Eunice de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Elisa Liberatore Bechara, professoras da Faculdade de Direito da USP, e pelo jurista Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do STM (Superior Tribunal Militar).

Reunião no Planalto

Dois dias após a operação da PF (Polícia Federal), autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes contra empresários bolsonaristas, suspeitos de defender um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições, Bolsonaro teve conversas com alguns auxiliares e ministros hoje para discutir uma eventual reação.

Segundo apuração do UOL, há uma irritação no núcleo político do presidente com a operação e alguns apontam excesso nas decisões de Moraes. Apesar disso, alguns auxiliares defendem que o presidente não acirre a crise e pedem que ele tente evitar o enfrentamento com Moraes.

Fala de Bolsonaro na íntegra

Respeitar a democracia é muito diferente de assinar uma 'cartinha'. Honrar a Constituição, em especial direitos e garantias fundamentais, é o que diferencia democratas de demagogos.

Ofender, ameaçar e restringir o direito à liberdade, em suas várias vertentes, contraria a única carta à democracia, a nossa Constituição de 1988.

A agressão à liberdade de expressão (art. 5°, IX, e art. 220, §§ 1º e 2º, da CF) é típica daqueles que se dizem ESTADISTAS, mas posam ao lado de DITADORES, defendendo governos como os da Nicarágua, Cuba e Venezuela.