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PF cruza mensagens de empresários com investigações em andamento no STF

Empresário Luciano Hang, um dos alvos de ação da PF, e o presidente Jair Bolsonaro - Perfil pessoal de Luciano Hang/Instagram
Empresário Luciano Hang, um dos alvos de ação da PF, e o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Perfil pessoal de Luciano Hang/Instagram

Do UOL, em Brasília

25/08/2022 16h08Atualizada em 25/08/2022 16h18

A PF (Polícia Federal) realiza o cruzamento de mensagens compartilhadas entre empresários bolsonaristas que defenderam a ideia de um golpe de Estado com informações já obtidas em investigações em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal), como o inquérito das milícias digitais e a organização dos atos de 7 de setembro do ano passado.

A diligência está em andamento desde a operação realizada na terça (23) por autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações.

A decisão do ministro ainda está sob sigilo. A interlocutores próximos o magistrado diz que o sigilo dos autos só será derrubado quando não houver riscos à investigação e aos trabalhos da PF.

Como mostrou o UOL, as medidas contra os empresários foram pedidas pela PF e autorizadas por Moraes dentro do chamado inquérito das milícias digitais e envolveu 35 policiais federais. As buscas foram feitas em endereços de oito empresários em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Ceará. Entre os alvos estão:

  • Luciano Hang, da Havan - dois endereços em Brusque (SC) e um em Balneário Camboriú (SC)
  • José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan - no Rio de Janeiro
  • Ivan Wrobel, da Construtora W3 - no Rio de Janeiro
  • José Koury, do Barra World Shopping - no Rio de Janeiro
  • Luiz André Tissot, do Grupo Sierra - em Gramado (RS)
  • Meyer Nigri, da Tecnisa - em São Paulo
  • Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii - em Garopaba (SC)
  • Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu - em Fortaleza.

Além dos mandados de busca e apreensão, Moraes também determinou a quebra dos sigilos bancários e telemáticos dos alvos, além do bloqueio de contas em redes sociais.

A decisão desagradou o governo, que via na ida de Bolsonaro à posse de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como um gesto de apaziguar as tensões entre o Supremo e o Planalto.

Durante o discurso na tarde de ontem (24) em evento de campanha em Betim (MG), na região netropolitana de Belo Horizonte, o presidente também mencionou os signatários da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito".

"Somos ainda um país livre. Eu pergunto a vocês: 'O que aconteceu no tocante aos empresários agora?' Esses oito empresários. Dois eu tenho contato com eles, o Luciano Hang e o Meyer Nigri. Cadê aquela turminha da carta pela democracia? A gente sabe que em época de campanha continuam lobos em pele de cordeiro. Acreditar que eles são democratas e nós não somos? Cadê a turminha da carta pela democracia?", questionou.