Conselho do MP pune procurador que desejou morte de Bolsonaro por covid-19
O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) puniu com suspensão de cinco dias o procurador Arual Martins, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), que afirmou em uma publicação nas redes sociais que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "deveria morrer de covid-19".
Em seu perfil no Facebook, ele disse ainda que o chefe do Executivo é "idiota" e "genocida". Os posts foram feitos por Martins entre janeiro do ano passado e o mesmo mês deste ano.
Para o relator do processo, o conselheiro Ângelo da Costa, as publicações tinham imagens e expressões ofensivas, com mensagens que veiculavam discurso de ódio contra Bolsonaro.
Uma das fotos era uma imagem editada com o presidente da República, como se ele estivesse fantasiado de palhaço e dando risada.
"Não restam dúvidas de que as postagens sub examine [sob exame] consistem em expressões e imagens ofensivas, com conteúdo que veicula discurso de ódio contra o Presidente da República Jair Bolsonaro, das quais é possível se depreender, sem controvérsias, a vontade e a consciência do membro do Ministério Público processado em ferir a imagem e honorabilidade de autoridade pública", escreveu Costa em seu voto.
"Bozo filho da p***, estou com covid, cumprindo quarentena, em defesa de todos. Não estou no hospital, na UTI, morrendo graças às três doses de vacina que tomei, seu merd*! Você deveria morrer de covid, entubado em todos os seus orifícios, ser abjeto", escreveu o procurador do MP-SP em janeiro de 2021.
Em situações nas quais o membro projeta publicamente, de forma imoderada, manifestação efusiva com conteúdo que caracteriza discurso de ódio, há clara violação do dever funcional de manter conduta ilibada e compatível com o exercício do cargo e de zelar por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções. Ângelo da Costa, conselheiro do Ministério Público.
Em outra publicação, Martins também afirmou que Bolsonaro era seguidor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. "Saia pelas portas dos fundos", disse o procurador.
O UOL entrou em contato com o MP-SP, que informou que o procurador Arual Martins não tem nada a declarar sobre o caso.
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