Cármen após ataques de Roberto Jefferson: 'Atingimento de um é o de todos'
A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), se pronunciou hoje sobre os ataques que sofreu do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Em sessão no STF, a magistrada foi apoiada pelos colegas, como o ministro Gilmar Mendes e a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo.
A ministra ressaltou que "dificuldades fazem parte, mas o Brasil vale a pena" e que os demais colegas também presenciaram "agruras que vão além de qualquer civilidade". "Tenho certeza que estamos juntos, porque o atingimento de um é de todos, mas nós temos este compromisso com este grande sonho dos homens, no caso brasileiro, constitucionalmente definidos", afirmou.
Gilmar Mendes fez elogios a Cármen e apontou que enfraquecer o STF é do interesse de "muitos" e, nessa lógica, "todo meio é válido", como "ameaçar a vida de ministros e seus familiares, financiar quadrilhas que acampam na Esplanada dos Ministérios, incitar seus comparsas a destruir o Tribunal".
"A República democrática sobreviverá, porque a República é mulher e que bom que podemos contar, nesse caminho, com a ministra Cármen Lúcia", disse. Após a fala, ele e a ministra deram as mãos.
Lindôra Araújo disse ter sido "difícil de acreditar" no ataque de "palavras degradantes e terríveis" feito contra a ministra.
O que Roberto Jefferson disse?
No sábado (22), Roberto Jefferson utilizou as redes sociais da filha, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), para publicar um vídeo em que xinga a ministra Cármen Lúcia e a compara com "prostitutas", "vagabundas" e "arrombadas". Ele estava proibido de usar as redes sociais, por ordem do ministro do STF Alexandre Moraes.
A utilização de redes sociais descumpria as condições para a prisão domiciliar de Jefferson e, no domingo (23), a PF (Polícia Federal) foi enviada para prender o ex-deputado. Mas Jefferson reagiu com tiros contra agentes em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, a cerca de 140 km do Rio.
Ele disparou 50 tiros de fuzil e arremessou três granadas na direção dos agentes que foram cumprir a decisão. A PF afirmou em relatório que o ex-deputado assumiu o risco de matar os policiais, e Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.
Ontem, o ex-deputado reforçou os ataques contra os ministros. Na audiência de custódia, Jefferson disse que tinha "absoluto desprezo" por Moraes e que pediria desculpas para as prostitutas por compará-las no vídeo divulgado na sexta-feira (21) à ministra Cármen Lúcia.
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