Jornais internacionais destacam bloqueio de vias no Brasil: 'Perturbação'
Com a permanência de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos bloqueios de estradas por todo o País nesta terça-feira (1º), a imprensa internacional noticia os impactos dessas interrupções e destaca também o silêncio do presidente após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seu site, a emissora BBC citou os episódios que se estendem desde o final de semana como os responsáveis por causar "perturbação considerável" para o cotidiano dos brasileiros.
O veículo britânico também associou os bloqueios ao silêncio de Bolsonaro desde o último domingo (30), quando ele perdeu o segundo turno das eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Há preocupações de que o presidente possa complicar o período de transição de dois meses antes de Lula", diz a BBC.
O britânico The Guardian deu destaque à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou hoje que a PM (Polícia Militar) pode atuar no desbloqueio de estradas, além de efetuar prisões de responsáveis por interrupções de trânsito.
"Moraes foi rapidamente acompanhado por outros seis ministros em sessão virtual na madrugada desta terça-feira", afirma o jornal.
Na França, o jornal Le Monde destacou o receio de aliados de Lula de que Bolsonaro não reconheça sua derrota em meio ao surgimento dos bloqueios nas estradas, citando "consequências potencialmente deletérias" para a economia do País.
"Manifestantes pró-Bolsonaro ergueram e cantaram o hino nacional, antes de serem gradualmente dispersos pelas autoridades em certas regiões", escreveu o veículo francês.
O italiano La Repubblica foi outro que chamou atenção para o "silêncio absoluto" de Bolsonaro enquanto o Brasil estaria "em chamas".
"Ele [Bolsonaro] sabe bem que cada palavra que disser - porque mais cedo ou mais tarde terá de se pronunciar sobre o resultado eleitoral - pesa no seu futuro. Ele precisa da base dele, da ala mais radical. Sem isso, ele está politicamente acabado", afirma o jornal.
O jornal americano The New York Times, por sua vez, disse que os protestos das estradas "ecoam reivindicações infundadas de Bolsonaro antes da votação".
"Seu silêncio deixou uma das maiores democracias do mundo no limite de que pode não haver uma transição pacífica de poder", disse o veículo ao comentar o fato do chefe do Executivo calado quase 48 horas após sua derrota nas urnas.
Já o Washington Post noticia o fato de os bloqueios terem sido organizados pelo Telegram, aplicativo russo de troca de mensagens que tem sido utilizado por Bolsonaro e aliados para conversar com seus apoiadores por ter menos limitações que o WhatsApp.
"Os apoiadores de Bolsonaro nesses grupos estavam pedindo doações de dinheiro, água e alimentos e incentivando as pessoas a se unirem a barreiras", afirma o jornal.
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