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OPINIÃO

Bombig: Mourão fala como senador eleito e cutuca Bolsonaro e bolsonaristas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/11/2022 13h59

O colunista do UOL Alberto Bombig comentou hoje as declarações dadas pelo atual vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), que afirmou que "não há o que reclamar" sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) e também disse que manifestantes bolsonaristas que fecham estradas pelo país devem "baixar a bola". Para Bombig, as declarações de Mourão podem ser interpretadas como uma cutucada em Bolsonaro e em sua base de apoiadores.

"Agora ele tem mandato e é senador eleito. O Bolsonaro tem aí dois meses de presidência e chegou a hora do Mourão dar aquela cutucada. Não precisou ofender ninguém e só falou a verdade. Mourão machucou os corações bolsonaristas sem precisar dizer nenhuma inverdade. Acabou o jogo e [Bolsonaro] perdeu a eleição", disse durante participação no UOL News.

Bombig também citou uma espécie de "vingança de Mourão", lembrando que o vice-presidente foi escanteado durante o governo Bolsonaro e não teve função alguma para o atual presidente.

"Coordenou alguma coisa com relação à Amazônia e mesmo assim, na hora H, qualquer decisão que ele tomasse ou qualquer conselho que ele dava era totalmente desprezado pelo Bolsonaro".

Bombig também chamou de "conveniência eleitoral" a reaproximação de Mourão e Bolsonaro durante as eleições, uma vez que o senador eleito precisava dos votos bolsonaristas para se eleger. "São as conveniências políticas e eleitorais, principalmente eleitorais".

O colunista do UOL ainda afirmou que a declaração de Mourão já foi dada como um senador eleito que tem a responsabilidade de se posicionar diante dos protestos e fechamento de rodovias que acontecem em todo o país.

"Um senador não pode pregar que remédios não cheguem a doentes, que familiares sejam impedidos de visitar parentes que estão internados na UTI, que oxigênio não chegue a hospitais e que alimentos não cheguem a centrais de abastecimento. Então tem que condenar e dizer o óbvio, mas dizendo o óbvio eu entendo que se vinga da forma como foi tratado pelo presidente Bolsonaro ao longo dos quatro anos de mandato", finalizou.

Maierovitch: Bolsonaro tira o corpo da responsabilidade criminal por coautoria de bloqueios

"Ficou muito claro que o Bolsonaro, apesar de dar um toque para aquilo que ele chamou de movimentos populares, tirou o corpo com relação à responsabilidade criminal. Responsabilidade criminal por coautoria e por incentivar esses movimentos", disse o jurista e colunista do UOL Wálter Maierovitch sobre a declaração dada por Bolsonaro ontem, dizendo que apoia movimentos de protestos pelo país, mas criticando a retirado do direito de ir e vir da população com o bloqueio de rodovias.

Maierovitch ainda disse que esse bloqueio pode ser tipificado na Lei de Proteção ao Estado Democrático de Direito e ser considerado crime, uma vez que os manifestantes, entre outras coisas, tentam impedir que um presidente democraticamente eleito assuma o posto, e reiterou que Bolsonaro tenta desvincular sua imagem dos bloqueios.

"Bolsonaro tirou o corpo quanto a isso e se afastou da coautoria, deixou os outros jogados ao mar".

Bombig: Motivo de bloqueio é o mais torpe possível; eleição acabou, e Bolsonaro está derrotado

"O motivo [do bloqueio dos caminhoneiros] é o mais torpe possível. A eleição acabou e o Bolsonaro está derrotado", disse Bombig sobre os bloqueios em diversas rodovias do país.

Ele ainda lembrou dos efeitos dos bloqueios realizados pelos caminhoneiros em 2018, quando houve, por exemplo, falta de alimentos e remédios, e se disse preocupado com a situação atual.

"É preocupante se de alguma maneira a gente atravessar esse feriado e iniciar a quinta-feira com essa situação de estradas bloqueadas. O Brasil pode entrar em uma situação de colapso de abastecimento".

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