Morre Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo
O ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho morreu nesta terça-feira (15) aos 73 anos. A causa da morte não foi informada. O MDB, partido do ex-governador, divulgou nota lamentando o ocorrido.
O velório será fechado para amigos e familiares.
Fleury governou o estado de São Paulo entre 1991 e 1994 pelo antigo PMDB, hoje MDB. Foi também deputado, promotor da Justiça e professor. Filiado ao MDB-SP, era membro da Executiva Estadual do partido.
Ele nasceu em 1949 em São José do Rio Preto e passou parte da infância em Porto Feliz, ambas cidades no interior paulista.
Aos 15 anos, foi admitido, por concurso, na Academia da Policia Militar de São Paulo, como aluno interno, segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Cursou a Academia de Polícia Militar do Barro Branco entre 1964 e 1968. Fez graduação em direito e na década de 1970 trabalhou na Polícia Militar e no Ministério Público.
"Fleury Filho foi eleito 1° vice-presidente da Associação Paulista do Ministério Público (80/82), 1° vice-presidente da Confederação Nacional do Ministério Público (81/83), e presidente da Associação Paulista do Ministério Público (1982 a 1986)", informa a SSP-SP.
Foi deputado federal por duas legislaturas, entre 1999 e 2003, com atuação parlamentar voltada para a área de justiça e segurança pública.
Tarcísio de Freitas, governador eleito em São Paulo (Republicanos) e o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), publicaram notas de condolências.
O ex-governador de São Paulo, João Doria, e o ex-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), também lamentaram a morte de Fleury Filho.
Apadrinhado por Quércia
Afilhado político de Orestes Quércia, Fleury Filho chegou ao governo de São Paulo com o apoio do aliado.
Em 1987 assumiu a secretaria de Segurança Pública na gestão de Quércia —cargo de grande destaque na época devido aos altos índices de violência em São Paulo.
Com apoio do governador, em 1990 o sucedeu no cargo.
Massacre do Carandiru
Ele estava à frente do Palácio dos Bandeirantes durante o massacre do Carandiru. No julgamento dos policiais, Fleury defendeu a entrada da Polícia Militar no presídio, em 2 outubro de 1992.
Durante a invasão da Polícia Militar no complexo penitenciário na zona norte de São Paulo, 111 presos foram assassinados por policiais acusados de atirar, sem necessidade, em presos encurralados no interior do chamado pavilhão 9. Após 30 anos, o massacre do Carandiru continua sem punição a PMs condenados.
Em julho de 2013, Fleury foi testemunha de defesa no julgamento e disse ter ido "dormir com a notícia de 60 presos mortos" naquela noite de outubro, véspera das eleições municipais.
"Não dei a ordem [de entrada da PM], mas, se estivesse no meu gabinete, com as informações que eu recebi, teria dado a ordem", declarou.
Ele afirmou ter tido informações de seu então secretário de segurança pública, Pedro Franco de Campos, sobre uma suposta rebelião com presos mortos e focos de incêndio no pavilhão 9. De acordo com ele, as informações iniciais eram que ao menos nove detentos teriam morrido na suposta rebelião.
"Não há dúvida alguma de que era necessária e se fazia necessária a entrada da PM naquelas circunstâncias, foi legítima e necessária", afirmou.
"Minha polícia não se omitia. Naquela época não tinha presos jogando futebol com cabeça de outro preso [durante rebelião em presídio] e policial assistindo; seria uma omissão criminosa. Então, a responsabilidade politica é minha", disse ele em depoimento.
Comandante da ação que resultou na invasão de 330 policiais no pavilhão 9 do Carandiru, o coronel da reserva Ubiratan Guimarães foi o único julgado e condenado criminalmente pelo massacre dos presos. Ele foi condenado a 632 anos de prisão, mas com direito a recorrer da pena em liberdade, se elegeu deputado estadual em 2002 foi assassinado a tiros em seu apartamento em 2006.
Despoluição do rio Tietê
Em sua gestão à frente do governo de São Paulo, Fleury Filho lançou a iniciativa para despoluir o rio Tietê em 1992, após uma ampla campanha popular.
Em 1993, sua gestão prometeu que as águas estariam limpas até 2005.
À época, ele chegou a dizer que um dia beberia a água do rio e que, na sua gestão, reduziria em 50% a sua poluição por conta do Projeto Tietê, o mais ambicioso plano ambiental da história de SP.
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