Justiça arquiva ação contra Piquet por dizer que queria 'Lula no cemitério'
O 1º Juizado Especial Criminal de Brasília arquivou um processo do senador Humberto Costa (PT-PE) contra o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, que pediu o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "no cemitério". A ação foi arquivada pela juíza Elisabeth Cristina Amarante Minaré.
Em um vídeo, o ex-piloto, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), xingou o petista e diz que queria vê-lo no cemitério. "Vamos botar esse Lula, filho de uma p*, para fora", disse, antes de repetir o lema de Bolsonaro, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", e completar: "E o Lula lá no cemitério".
Na decisão, a juíza levou em conta que Lula, a pessoa ofendida no vídeo, não entrou com ação. "Verifica-se que o ofendido não ofertou representação criminal para apuração dos fatos, não possuindo o requerente legitimidade ativa para tal ou mesmo para a propositura da ação, já que o crime de ameaça, também em apuração, se procede mediante ação penal pública condicionada à representação", disse.
Aproximação de Piquet com Jair Bolsonaro. Nos últimos anos, Piquet se aproximou do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista concedida à RedeTV!, ele detalhou a aproximação com o político.
"Fiquei fã dele. Eu o conheci, ele me convidou para almoçar e a gente se deu bem. Nunca me envolvi em política na vida, hoje sou Bolsonaro até a morte. Se a gente não ajudar ele, se o povo não ajudar ele... eu acho que ele é a salvação do Brasil", disse o tricampeão mundial.
A admiração fez com que Piquet virasse "chofer" de Bolsonaro por um dia. A cena aconteceu no Dia da Independência, em 7 de Setembro de 2021. O ex-piloto dirigiu o Rolls-Royce presidencial na chegada do presidente à cerimônia de hasteamento da Bandeira Nacional.
No início de setembro deste ano, o UOL revelou que o ex-piloto doou R$ 200 mil ao PL, partido do presidente, então candidato à reeleição. Ele já havia destinado R$ 501 mil diretamente à campanha do chefe do Executivo.
Piquet também já participou de comícios do atual presidente. Em um deles, no ano passado, o ex-piloto pediu a palavra ao político para criticar a TV Globo, chamando a emissora de "Globolixo", discurso já utilizado por Bolsonaro e seus apoiadores.
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