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Contra bingos e Brasil quase fora da Copa: relembre Pelé ministro de FHC

Do UOL, em Belo Horizonte

29/12/2022 16h21Atualizada em 29/12/2022 18h31

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi ministro por pouco mais de três anos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, comandando o Ministério do Esporte.

O ex-jogador morreu hoje aos 82 anos em decorrência de falência múltipla dos órgãos após complicações relativas a um câncer no cólon.

Pelé como ministro:

  • Ocupou o cargo entre 1995 e 1998;
  • Tinha como bandeira a modernização do futebol e a garantia dos direitos trabalhistas aos atletas profissionais;
  • Foi exonerado em abril de 1998 e, na sequência, a pasta foi extinta;
  • A Lei Pelé foi sancionada durante a gestão do ex-jogador, o que fez a Fifa ameaçar tirar o Brasil da Copa de 1998;
  • Prestígio de Pelé não foi o suficiente para derrubar os bingos.

O quadro médico de Pelé, 82 anos, teve piora na última semana. O Rei do Futebol foi internado em 29 de novembro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Por não responder mais ao tratamento quimioterápico, ele passou a ficar sob cuidados paliativos, conforme mostrou a Folha de S.Paulo.

18.jan.1995 -- O então presidente FHC e o ministro extraordinário dos Esportes, Pelé, se reuniram com o então presidente da Fifa, João Havelange  - Sérgio Lima/Folha Imagem - Sérgio Lima/Folha Imagem
18.jan.1995 -- O então presidente FHC e o ministro extraordinário dos Esportes, Pelé, se reuniram com o então presidente da Fifa, João Havelange
Imagem: Sérgio Lima/Folha Imagem

Durante a chefia do ex-jogador na pasta foi sancionada a Lei Pelé. A legislação estabeleceu regras gerais sobre a prática do esporte no Brasil e regulamentou a relação entre clubes e jogadores.

Entre as principais medidas, a extinção da figura do passe nos contratos dos jogadores de futebol com os clubes, para dar mais autonomia nas relações. O passe tornava os jogadores propriedade dos clubes, que mantinham controle sobre o destino deles mesmo depois do fim do contrato.

O projeto teve resistência até mesmo do então presidente da Fifa, João Havelange, que ameaçou tirar o Brasil do mundial na França. A aprovação também sofreu forte lobby do Clube dos 13, que reunia os principais dirigentes do país, e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Já a principal derrota do então ministro no comando da pasta foi não conseguir aprovar a extinção dos bingos.