Não é posse fake: por que faixa passada a Lula é diferente da de Bolsonaro?
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva publicaram mentiras sobre a cerimônia nas redes sociais. Uma delas, difundida até pela atriz Regina Duarte, afirmava que a faixa passada a Lula seria falsa porque é diferente da que recebeu Bolsonaro em 2019. O que poucos sabem é que, na verdade, há mais de uma faixa presidencial — e todas são legítimas.
- O Palácio do Planalto guarda a sete chaves duas versões da indumentária: uma mais antiga e outra mais recente.
- A faixa presidencial recebida ontem por Lula é a mais antiga: foi a mesma utilizada por Dilma Rousseff (PT) em 2015. Já a que Bolsonaro usou na posse em 2019 foi feita a pedido de Lula quando o petista ocupou o Planalto pela primeira vez.
- A equipe do presidente Lula informou que ele mesmo escolheu usar a faixa mais velha porque foi a primeira que ele usou quando assumiu o primeiro mandato, em 2003.
- O modelo usado por Dilma em 2015 e agora por Lula foi estreado por Fernando Collor de Mello, em 1991. Antes da posse para o terceiro mandato de Lula, esse modelo tinha sido visto pela última vez com Michel Temer (MDB), em 2017.
- A versão mais recente da faixa, comprada por Lula em 2008 e usada por Bolsonaro, também esteve presente na posse do primeiro mandato de Dilma. Para o segundo, porém, a faixa nova não foi encontrada a tempo e ela teve de usar a versão mais antiga.
- O modelo mais novo da faixa ficou exposto num móvel de vidro próximo ao gabinete do presidente por alguns meses após Bolsonaro assumir. Atualmente, só o termo de posse e a foto oficial do mandatário eleito em 2018 foram deixados no local.
- O uso de faixas presidenciais foi instituído em 1910 pelo então presidente Hermes da Fonseca, o primeiro a passar a faixa a um sucessor.
- Apesar de o momento ser aguardado por todos e se tornar marca do novo mandato, a passagem da faixa é um ato meramente simbólico: com ou sem o distintivo, a diplomação de Lula como chefe do Executivo é garantida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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Quem ama símbolos, não conhece a realidade. Temos um país, um território, uma demarcação de terra que precisa ter riqueza onde todos os irmãos dessa terra tenham dignidade inclusive quando forem condenados em crimes devidamente comprovados. Um pátria se faz com justiça e não com vingança. É dever de todos cuidarem de todos e a força armada de um país é para nos defender de perigos externos. Não concordar com um governo implica em apresentar ideias para melhorar e não símbolos para adorar.
Resumindo, o honesto que fugiu para Miami roubou até a faixa presidencial.