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Tarcísio volta atrás e irá a Brasília para reunião de Lula com governadores

Tarcísio manifestou repúdio aos atos de violência que ocorreram em Brasília - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo
Tarcísio manifestou repúdio aos atos de violência que ocorreram em Brasília Imagem: André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

09/01/2023 13h26Atualizada em 09/01/2023 14h58

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recuou sobre a decisão de não comparecer hoje ao encontro marcado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores de todo o país, em Brasília, após os atos terroristas de ontem promovidos por apoiadores do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) na capital federal.

A reunião está marcada para as 18h, no Palácio do Planalto.

  • De manhã, a assessoria de imprensa do governador, afilhado político de Bolsonaro, havia dito que ele não iria ao encontro.
  • Por volta das 14h, no entanto, ele voltou atrás. Uma pessoa próxima do governador disse que a notícia da ausência dele "pegou mal", diante da gravidade dos episódios de ontem que serão tratados no encontro com o petista.

Antes de embarcar a Brasília, Tarcísio se reúne com representantes do TRF (Tribunal Regional Federal), do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Ministério Público e da Procuradoria-Geral do Estado no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo Paulista. Os secretários da Segurança Pública, Guilherme Derrite, Fábio Prieto, da Justiça e Cidadania, e Arthur Lima, da Casa Civil, estarão presentes.

Inicialmente, a agenda de Tarcísio para hoje previa uma reunião com prefeitos de cidades atingidas pelas chuvas, das 15h às 17h. Na sequência, ele despacharia com três secretários.

Aliados de Tarcísio ouvidos pela reportagem antes do recuo justificaram que ele já havia deixado claro, em postagem nas redes sociais na noite de ontem, seu repúdio às invasões aos prédios dos três Poderes e que não permitirá casos semelhantes no estado. Diante da repercussão negativa que o anúncio de sua ausência, no entanto, o governador recuou.

Ao comentar os ataques ontem, Tarcísio afirmou que as "manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência".

Ao mesmo tempo em que busca se afastar do chamado "bolsonarismo raiz", o governador paulista demonstra gratidão ao ex-presidente sempre que pode — ele citou Bolsonaro nos dois discursos que fez ao tomar posse no dia 1º de janeiro.

'Diálogo' em acampamentos

Hoje, o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, afirmou que não pretende usar a força, mas deseja o "diálogo" para desmobilizar os acampamentos de manifestantes golpistas.

"As ações que aconteceram em Brasília não encontram similaridade em São Paulo. Aqui, o cenário é de tranquilidade", afirmou em entrevista coletiva.

O acampamento em frente ao Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, começou a ser desmontado hoje.

Apesar da "tranquilidade" dos atos em São Paulo, o governo adotou algumas providências:

  • reforçou a segurança de prédios públicos, como a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), perto do acampamento golpista no Ibirapuera, do Palácio e do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo);
  • criou um gabinete de crise;
  • Derrite se reuniu com autoridades "para dar cumprimento" à determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de colocar fim dos acampamentos golpistas em todo o Brasil.