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Apoiador de Bolsonaro, Hang grava vídeo sobre Lula: 'Temos novo presidente'

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

11/01/2023 15h54Atualizada em 11/01/2023 20h05

Alvo do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposto envolvimento em atos com pautas antidemocráticas, o empresário Luciano Hang criticou as manifestações golpistas realizadas no domingo por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, afirmou "torcer" pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Temos um presidente novo, temos um novo governo, vamos torcer pelo piloto."

Repudio tudo o que foi feito, até mesmo porque o que aconteceu vai contra tudo o que eu luto. Não podemos aceitar o que foi feito, é preciso que os culpados sejam identificados e punidos dentro da lei. A democracia não combina com atos de vandalismo e sim com diálogo, jamais com violência

A postura de Hang na gestão Bolsonaro

  • Em agosto de 2022, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que, em um grupo de WhatsApp, defenderam um golpe de Estado caso Lula fosse eleito. Hang estava no grupo e foi alvo da ação;
  • Dias depois, ele dividiu a Tribuna de Honra com Bolsonaro, durante o ato do feriado de 7 de Setembro;
  • Em outubro, um caminhão da Havan foi visto numa manifestação de bolsonaristas que bloquearam uma via, no Rio Grande do Sul;
  • Um ano antes, em 2021, o empresário havia entrado na mira do STF depois de caminhoneiros terem realizado atos contra instituições democráticas em Brasília. A suspeita é de que ele tenha ajudado a financiar a manifestação. O caso corre em sigilo no STF;
  • Ele foi um dos 10 empresários brasileiros que mais ganharam dinheiro durante o governo Bolsonaro. Em 2021, o empresário catarinense tinha patrimônio de US$ 2,7 bilhões, valor que saltou 78% em 2022, para US$ 4,8 bilhões.

O que diz Luciano Hang agora

Ao UOL, o empresário emitiu a seguinte nota:

"Durante a campanha eleitoral, fiz doações ao candidato que eu mais me identificava em termos de propostas e de luta por um país melhor. Aliás, em 2018, quando me tornei ativista político, foi exatamente isso que fiz: analisei todos os candidatos para escolher qual se encaixava mais naquilo que eu acreditava e queria para o Brasil.

Como falei durante esta última campanha, meu apoio político iria até o dia da eleição, depois respeitaria o resultado das urnas, e assim voltaria a cuidar da minha empresa, dos nossos 22 mil colaboradores, da minha família.

Sempre disse em diversas entrevistas que não tenho partido e nem mesmo político de estimação. Lutei por um país com menos burocracia, mais liberalismo econômico e mais oportunidades de empregos para todos os brasileiros. Por isso, estarei ao lado de todos os projetos que ajudarem o nosso país.

Democracia é isso, ter eleições para escolher os representantes do povo e, quem vencer, deve ter o direito de administrar daqui para frente. O meu desejo hoje é que possamos ter um país de paz, harmonia, desenvolvimento e muitos empregos.

Jamais apoiei ou apoiaria atos de violência e vandalismo. Não doei, não participei e não incentivei nenhum tipo de ato contra a democracia, tampouco contra prédios públicos. Embora minhas redes sociais estejam bloqueadas no Brasil, no dia 1º de novembro já havia publicado uma nota esclarecendo que não estava participando ou apoiando qualquer manifestação.

Repudio tudo o que foi feito no domingo, até mesmo porque o que aconteceu vai contra tudo o que eu luto. Não podemos aceitar o que foi feito, é preciso que os culpados sejam identificados e punidos dentro da lei".