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Torres perde vaga em conselho do Galeão e fica sem verba de R$ 13 mil

10.nov.2022 - O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, preso hoje pela PF - Tom Costa / MJSP
10.nov.2022 - O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, preso hoje pela PF Imagem: Tom Costa / MJSP

Do UOL, em Brasília

17/01/2023 15h59Atualizada em 18/01/2023 14h23

No dia seguinte aos ataques aos prédios dos Três Poderes, o ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi removido do conselho administrativo do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e deixou de receber R$ 13 mil em jetom — pagamento a servidores públicos federais por participação em conselhos de administração.

O pedido para retirar Torres do conselho foi feito à Infraero pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). Ele recebeu a informação de que Torres receberia o pagamento se participasse de uma reunião do conselho na mesma semana dos ataques.

O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro está preso, acusado de omissão diante dos atos golpistas de 8 de janeiro. O valor do jetom foi revelado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmado pelo UOL.

"A Assembleia Geral Extraordinária da Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro S.A. foi realizada no dia 11/1. Na ocasião, os representantes dos acionistas público e privado deliberaram pela destituição de Anderson Torres do Conselho de Administração", escreveu a Infraero em nota à reportagem.

Torres era um integrante do conselho indicado pela gestão Bolsonaro. É comum que grandes aeroportos tenham conselhos com funcionários indicados pelo governo federal.

Ontem, promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios realizaram uma inspeção nas celas em que estão presos Torres e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fabio Augusto Vieira.

"Os promotores verificaram que as instalações são compatíveis com uma sala de estado maior, e que os presos não têm nenhum tratamento preferencial. Foram resguardadas medidas de segurança no perímetro de ambas as unidades policiais que estão servindo provisoriamente como local de detenção", escreveu em nota o órgão.

Torres está preso no Batalhão de Aviação Operacional, em Brasília. Ainda não há informação sobre a transferência do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro para outro presídio — também não foi divulgada a data do depoimento dele.

No batalhão, Torres tem acesso restrito às equipes de segurança e advogados, além de não poder usar dispositivos eletrônicos, como celular. Ele só pode receber visita com autorização judicial.