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PF faz busca e apreensão na casa de Ibaneis Rocha e ex-secretário do DF

Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por determinação do STF - Ueslei Marcelino/Reuters
Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por determinação do STF Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/01/2023 14h19Atualizada em 20/01/2023 16h44

A PF (Polícia Federal) cumpre hoje mandados de busca e apreensão em endereços de Ibaneis Rocha e na casa do ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Souza Oliveira.

Agentes chegaram à casa de Ibaneis por volta das 14h30 e deixaram o local às 16h30. Os mandados miram:

  • A casa de Ibaneis no Lago Sul, um dos bairros mais nobres do país;
  • O Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal;
  • Um escritório ligado ao governador afastado;
  • A sede da Secretaria de Segurança do Distrito Federal;
  • E a casa do ex-secretário.

As medidas foram autorizadas por Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em contato com o UOL, a defesa de Ibaneis disse que o "governador não tem nada a esconder".

A busca e apreensão é uma medida de natureza cautelar que visa produção de provas. Tudo que a polícia entender útil para o desvendamento da investigação, o governador colaborará 100%." Advogado criminalista Alberto Zacharias Toron

A PF afirmou que as ações de hoje buscam "provas para instruir o inquérito instaurado" sobre os atos golpistas que resultaram na depredação da Praça dos Três Poderes no dia 8.

Sob investigação. Na sexta-feira passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para apurar a conduta de Ibaneis e de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, durante os atos golpistas do dia 8.

Em depoimento à Polícia Federal, também na sexta passada, Ibaneis falou que a responsabilidade de garantir a segurança na capital federal era integralmente da Secretaria de Segurança, ocupada por Torres. Ele foi exonerado do cargo após os atos.

O governador acrescentou que foi "absolutamente surpreendido com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PM/DF", e que ficou revoltado quando viu cenas de alguns policiais se confraternizando com manifestantes.

Ibaneis foi afastado por 90 dias do governo do Distrito Federal por determinação do STF, que considerou que ele não agiu para conter os atos de violência.

Fernando Oliveira prestou depoimento ontem. Para a PF, o ex-secretário disse que Torres não passou nenhuma orientação específica para inibir a manifestação golpista do dia 8.

Ele afirmou que Torres não o "apresentou aos comandantes das forças policiais" antes de viajar aos Estados Unidos, onde passaria "férias". Oliveira ficou como substituto na Secretaria de Segurança enquanto o titular estava em Orlando —mesmo local onde ainda está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Torres está preso em Brasília desde o último sábado e deve prestar um novo depoimento à PF (Polícia Federal) na segunda-feira de manhã.