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Homem que destruiu relógio de Dom João 6º já havia sido preso duas vezes

Homem que jogou relógio de D. João VI no chão, agora tenta quebrar a câmera de circuito interno do Palácio do Planalto - Reprodução/ TV Globo
Homem que jogou relógio de D. João VI no chão, agora tenta quebrar a câmera de circuito interno do Palácio do Planalto Imagem: Reprodução/ TV Globo

Vinícius Nunes

Colaboração para o UOL, em Brasília

25/01/2023 15h50Atualizada em 25/01/2023 16h13

Antônio Cláudio Alves Ferreira, 30, preso na última segunda-feira (23), em Uberlândia (MG), tem outros dois processos na Justiça de Goiás. O golpista que foi gravado destruindo o relógio de Dom João 6º, no Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, respondeu por ameaça, em 2014, e tráfico de drogas, em 2017.

Esses processos estão arquivados, já que Antônio cumpriu as sentenças e os ritos da Justiça. Há outro processo, porém, no Tribunal de Justiça de Goiás, que segue suspenso: receptação de carro roubado, em 2014.

Entenda a cronologia dos crimes:

Novembro de 2014: Antônio Ferreira é preso por porte de drogas. Assinou termo circunstanciado no 1º Juizado Especial Cível e Criminal de Goiânia e o caso foi arquivado; na mesma ocasião, estava com um carro roubado. Este processo está suspenso na Justiça goiânia porque o homem não foi encontrado para ser oficiado;

Dezembro de 2014: Foi autuado por crime de ameaça (artigo 147 do Código Penal). Assinou outro termo circunstanciado e o processo foi arquivado;

2017: O golpista é preso por suspeita de tráfico de drogas. A Justiça muda o entendimento no processo e trata Antônio como usuário. Ele é liberado sob o pagamento de multa e visita a clínica de reabilitação;

2023: Antônio é um dos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto em ato golpista. Ele é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Ataque ao Palácio do Planalto

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o homem foi filmado pelo circuito interno do Palácio do Planalto no último dia 8 de janeiro, derrubando o relógio Balthazar Martinot, do século 17, presente da corte francesa para Dom João 6º. Ele usava uma camiseta estampada com a foto do ex-presidente.

A Polícia Civil de Goiás confirmou a identidade de Ferreira no último domingo (22), quando ele passou a ser considerado foragido.

Ele foi preso em Uberlândia e levado para uma delegacia da PF na segunda (23). De lá, foi transferido para o presídio Professor Jacy De Assis.

Relógio destruído por bolsonarista - Reprodução - Reprodução
Relógio destruído por bolsonarista
Imagem: Reprodução

Segundo a polícia, não houve resistência no momento da prisão e Ferreira deve ser transferido para Brasília, onde é alvo da Operação Lesa Pátria. O ministro Alexandre de Moraes é quem está à frente dos inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal.

Na manhã de terça (24), a PF fez uma operação de busca e apreensão na casa de Antônio Ferreira em Catalão (GO), a 250 km de Goiânia. Segundo a corporação, foram apreendidos na casa dele: um celular; um veículo e uma caderneta contendo anotações.