Topo

Esse conteúdo é antigo

PF faz operação contra envolvidos em atos golpistas; dois já foram presos

Do UOL, em São Paulo e Brasília

03/02/2023 07h10Atualizada em 03/02/2023 12h26

A PF (Polícia Federal) prendeu dois envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro que destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal). As detenções foram cumpridas na 4ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada hoje pela corporação. Os detidos foram:

  • Lucimário Benedito Camargo
  • William Ferreira da Silva

Conhecido como "Mário Furacão", Lucimário é ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rio Verde (GO). Ele foi detido no início da manhã na cidade interiorana. Ele fez um vídeo no Planalto no dia de ato golpista (veja aqui).

William é conhecido como "Homem do Tempo" e foi candidato a deputado estadual nas eleições do ano passado pelo Patriota. Ele foi preso em Porto Velho (RO).

O UOL tenta encontrar a defesa dos dois.

Além dos dois mandados contra eles, a PF cumpre mais um mandado de prisão preventiva e outros 14 mandados de busca e apreensão. A força-tarefa é realizada em Rondônia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal.

A operação investiga participantes, financiadores e fomentadores dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes do Palácio do Planalto, Congresso e STF.

As pessoas envolvidas nos atos golpistas podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Momento da prisão do empresário Mário Furacão pela PF - Reprodução/GloboNews - Reprodução/GloboNews
Momento da prisão do empresário Mário Furacão pela PF
Imagem: Reprodução/GloboNews

A PF criou um canal para receber denúncias e a identificação de pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro. Informações podem ser enviadas para o email denuncia8janeiro@pf.gov.br.

PGR pediu busca contra policial legislativo do Senado

Dos 14 mandados de hoje, a PGR (Procuradoria-Geral da República) informou que a operação da PF também cumpre mandados de busca e apreensão e de afastamento de função pública pedidos por ela contra duas pessoas suspeitas de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Um dos alvos foi um policial legislativo lotado no Senado. Para a PGR, ele teria deixado de combater os invasores da Casa, conduta que caracteriza omissão imprópria.

Também foram determinadas contra esse policial:

  • bloqueio de bens;
  • impedimento de deixar o país;
  • proibição de uso de redes sociais.

Segundo apuração do UOL Notícias, a investigação contra esse policial, que não teve a identidade revelada, teve início dentro da própria Polícia Legislativa do Senado já no dia seguinte à invasão.

Servidores do Senado alertaram o comando da corporação sobre atos suspeitos do policial, como comemorar a invasão e outras atitudes que poderiam configurar prevaricação.

A força legislativa, então, abriu um inquérito interno e passou a monitorar o policial, encaminhando a investigação para a PGR. Durante essa investigação, o policial não chegou a ser afastado para não levantar suspeita e evitar prejuízo ao inquérito. No entanto, o agente foi afastado de funções importantes na segurança.

A outra pessoa é uma advogada que teria recolhido aparelhos celulares de participantes da invasão aos prédios na Praça dos Três Poderes para eliminar provas. A atitude é investigada por representar a possibilidade de obstrução de justiça.

O objetivo dos pedidos da procuradoria foram feitos para investigar a instigação e facilitação da ação de executores dos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Quem já foi preso na Operação Lesa Pátria?

Na primeira fase da Operação Lesa Pátria, em 20 de janeiro, foram presos Ramiro dos Caminhoneiros, apontado como um dos principais nomes na organização de caravanas aos atos golpistas, e Renan da Silva Sena, ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Em 27 de janeiro, a PF prendeu Fátima do Tubarão, que viralizou em vídeo nas redes sociais dizendo que ia "pegar o Xandão". Também foi alvo de busca e apreensão Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, um sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele não foi localizado.