Diretor diz que PRF não tem partido, e Dino fala em punir maus servidores
Antônio Fernando Souza Oliveira afirmou que, sob seu comando, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) não vai admitir atos antidemocráticos. O novo diretor-geral da instituição tomou posse do cargo hoje.
A PRF, como órgão de Estado, não tem partido e não irá pactuar com qualquer investida contra a democracia."
Antônio Fernando Souza Oliveira, novo diretor-geral da PRF
Sem citar o caso Genivaldo —morto asfixiado durante uma abordagem—, o ministro da Justiça, Flávio Dino, prometeu punição aos "maus" servidores da PRF.
E ainda acenou para um aumento salarial das carreiras de policiais federais e do Distrito Federal —polícias Militar, Civil e Bombeiros—, pagas com recursos da União.
Oliveira condenou ações recentes da instituição. "Nos últimos anos, atos isolados que considero abomináveis lançaram sobre a PRF um véu de desconfiança", disse.
Ele considerou atos "abomináveis" na PRF aqueles em que houve uso desnecessário e exagerado de força.
Nenhuma instituição é infalível, diz ministro
Em breve discurso, Dino afirmou que não fica surpreso que haja "bons e maus" em todas as instituições, mas que disse acreditar que "quase a totalidade é de bons".
"Nenhuma instituição humana é infalível", disse. "Tenham a tranquilidade que não passa apenas de mais uma fake news, nome chique para mentira, a ideia que haveria uma espécie de má-vontade com essa instituição [a PRF]".
Dino sinalizou que há conversas com outras autoridades sobre um possível aumento aos agentes. "Deus proverá", brincou.
PRF envolvida em polêmicas
Exonerado em dezembro, o antigo diretor-geral da instituição Silvinei Vasques é réu por improbidade administrativa por pedir votos para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto chefiava a corporação.
Ele ainda é investigado pelas barreiras montadas pela PRF no segundo turno das eleições, que teriam atrapalhado eleitores a chegarem nos locais de votação.
Três dias após Vasques deixar o cargo, a PRF concedeu aposentadoria a ele com salário integral.
Em coletiva de imprensa após a posse, Oliveira não comentou o caso de Vasques, mas afirmou que, pela lei, o policial aposentado pode ter o benefício previdenciário cassado se for considerado culpado.
Agentes são réus por morte em viatura. Três agentes da PRF são réus pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38. Em maio passado, a vítima foi colocada no porta-malas de uma viatura e asfixiada por mais de dez minutos com gás lacrimogêneo durante uma abordagem.
A Justiça Federal determinou no mês passado que os policiais serão submetidos a júri popular pelos crimes de tortura e homicídio qualificado.
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