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MPF diz que só irá opinar sobre soltar Anderson Torres após acessar perícia

Moraes é relator de inquérito em que prisão de Anderson Torres é analisada, no STF - Reprodução
Moraes é relator de inquérito em que prisão de Anderson Torres é analisada, no STF Imagem: Reprodução

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

10/02/2023 22h35Atualizada em 10/02/2023 22h49

O procurador Carlos Frederico Santos afirmou hoje a Alexandre de Moraes que só se manifestará sobre um pedido de soltura pleiteado por Anderson Torres após acessar os resultados da perícia realizada pela PF (Polícia Federal).

Segundo o laudo da corporação, divulgado ontem, o ex-secretário da Segurança Pública do DF mandou o substituto Fernando de Sousa Oliveira impedir que vândalos se aproximassem do prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) durante os atos de 8 de janeiro.

Todavia, o Ministério Público ainda não teve acesso a esse documento que, embora, aparentemente, possa não ser decisivo para o desfecho da investigação, em tese tem relevância para a manutenção ou não da custódia cautelar, devendo ser analisado e interpretado no conjunto das provas"
Carlos Frederico Santos, em mensagem ao STF

O que concluiu a PF? "A partir do momento em que é divulgada informação de que manifestantes chegam à Esplanada dos Ministérios e começam a mexer em peças metálicas que estavam disponíveis no gramado central, há uma ênfase por parte de Anderson Torres, para Fernando, para que não os deixasse chegar ao STF", diz a corporação.

No início desta semana, a defesa de Torres pediu ao STF a revogação da prisão a que ele está submetido desde 14 de janeiro. Ele foi preso ao voltar dos EUA, após os atos golpistas que depredaram a sede dos Três Poderes em 8 de janeiro.

No dia dos ataques, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava de férias.

O desenvolvimento das investigações demonstrou, de forma clara, a total ausência de evidências mínimas que permitam associar Torres aos fatos criminosos em questão"
Defesa de Anderson Torres

Ao realizar busca e apreensão em sua residência, a Polícia Federal encontrou uma proposta de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor.

Ao STF, a defesa de Torres cita lembra que após sua prisão "já se passou quase um mês" e "nesse tempo, foram cumpridas várias buscas e apreensões" e cita o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF).

Como já dito, esse conjunto de medidas tomadas no curso da investigação não foi capaz de trazer aos autos elemento algum que vá ao encontro da suspeita de omissão criminosa inicialmente considerada pelo diretor-geral da Polícia Federal, por parte de Anderson Torres"
Anderson Torres, ao STF

Sobre o emedebista, a PF concluiu ainda que a investigação não revelou atos para desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão.