Apoiador de Lula na eleição, Tasso critica início de governo: Linha radical
O ex-senador Tasso Jereissati reclamou da política econômica do governo Lula (PT) e do confronto público com o Banco Central. Ele apoiou o petista no segundo turno das eleições de 2022.
Estou muito surpreso. Eu não esperava que o Lula e sua equipe viessem nessa linha radical de política econômica. Esse embate com o Banco Central é inteiramente desnecessário.
Tasso Jereissati em entrevista ao Estado de S.Paulo
"Não é radical só pelo fato de ser de esquerda, que tem propostas boas, mas pelas ideias ultrapassadas, vencidas e que já foram testadas. É radical também pelo tom da agressividade", afirmou Tasso. "Em relação ao presidente do Banco Central, chegou a ser feito um ataque pessoal. Isso é profundamente prejudicial à economia do país."
Ele acrescentou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "traz alguma moderação" ao governo.
Esperava que não só o governo, mas o próprio Lula fosse mais amplo, porque ele já foi. O Lula 1 era muito aberto. Ouvia de um lado, do outro e distinguia. Na maioria das vezes tomava o rumo correto na área econômica. Lula tinha uma abertura para uma visão mais ortodoxa da economia maior do que tem hoje.
Tasso Jereissati em entrevista ao Estado de S.Paulo
Recentemente, Lula e lideranças do PT fizeram duras críticas à política monetária do Banco Central, que manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano. Em fevereiro, o presidente afirmou ser uma "vergonha" as justificativas do BC para a manutenção da Selic e referiu-se a Roberto Campos Neto, presidente do BC, como "esse cidadão".
Na semana passada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Campos Neto tem que pedir demissão ou ser demitido. "Ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas".
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