Topo

OPINIÃO

Cioccari: Caso das joias de Bolsonaro exemplifica política de compadrio

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/03/2023 19h02

A tentativa e o envolvimento de vários órgãos do governo para tentar liberar irregularmente as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos, incluindo o envio de um assessor da Presidência e avião da FAB nos últimos momentos do governo Jair Bolsonaro, exemplificam a política de compadrio, segundo a cientista social Deyci Cioccari.

Em participação no UOL News desta terça-feira (7), Deysi afirmou que essa é uma característica imutável da política brasileira.

Essa política de compadrio, que é onde o personalismo e o poder pessoal acabam sobrepujando e desprezando a esfera pública. Essa relação distorcida entre o que é privado e o que é público. Tu utilizas de meios públicos para um favorecimento privado.

Segundo a cientista política, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou instituições para benefício pessoal. "As explicações ainda não estão coerentes, mas a gente vê um ministro atuando em favor de um interesse particular de um presidente, escrevendo uma carta justificando um pedido pessoal para o Presidente da República", afirmou.

Bolsonaro tentou dar 'carteirada' para trazer joias ilegalmente ao Brasil, diz Bombig

O colunista do UOL Alberto Bombig falou sobre as novas revelações que apontam que Jair Bolsonaro demitiu o chefe da Receita Federal um mês após a apreensão das joias no aeroporto de Guarulhos. Para o colunista, cada vez mais surgem provas de tentativa de uso do Estado.

O Bolsonaro é só um funcionário público, ele não tinha o poder de fazer o que estava fazendo, entrar com uma joia. Isso tudo só vai comprovando que ele tentou usar o aparelho estatal, usar o poder, tentou dar uma carteirada para botar ilegalmente as joias no Brasil.

Essa revelação de hoje que o responsável pela Receita foi afastado 40 dias depois vai nesse sentido.

Bombig: Capital político de Bolsonaro está em corrosão; oposição a Lula não tem líder

Alberto Bombig também falou a respeito de um jantar realizado em São Paulo que contou com a presença de Ricardo Nunes (MDB), Ciro Nogueira (PP), que foi ministro de Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto (PL).

Para Bombig, os "caciques" estão em busca de atrair o MDB para uma composição mais ao centro. "Quem tem esclarecimento na oposição sabe que a oposição esta sem norte, sem líder", afirmou.

"Mesmo os ex-bolsonaristas, que podem ir no Twitter defender o Bolsonaro, pode ir em rede social dizer que ele vai voltar. Nas costuras, nos bastidores, todo mundo sabe que estão procurando uma alternativa", completou.

***

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: às 8h, às 12h e às 18h. O programa é sempre ao vivo.

Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h. Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: