Manuela D'Ávila: Transfobia de deputado roubou a agenda do Dia da Mulher
A ex-deputada Manuela D'Ávila afirmou hoje, em sua participação no programa UOL Entrevista, que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) roubou a agenda do Dia da Mulher. No 8 de março, ele subiu ao plenário da Câmara e fez um discurso transfóbico.
A gente tirou ele de um teatro pequeno e colocou ele num estádio de futebol. Ele quer é ser o dono da agenda. A agenda da transfobia existe. O que ele conseguiu foi transformar essa agenda na agenda do 8 de março, quando nós podíamos estar debatendo outras políticas."
O que aconteceu:
- No Dia Internacional da Mulher, Nikolas foi à tribuna da Casa e colocou uma peruca loira.
- Ele disse que "se sente mulher", era a "deputada Nicole" e tinha "lugar de fala".
As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo que é isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade." Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal
Manuela: como Al Capone, Bolsonaro pode ser preso graças à Receita
A ex-deputada também falou sobre o episódio das joias da Arábia Saudita, que envolve o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao citar o caso, ela comparou o ex-mandatário ao mafioso Al Capone, preso por sonegação de impostos.
Eu acho que ele [ex-presidente Jair Bolsonaro] pode acabar sendo preso pelo episódio das jóias. Uma espécie de Al Capone, quando todos os crimes que ele cometeu foram sendo protegidos por outros espaços, mas o serviço público e a Receita Federal conseguem mostrar [os crimes] por dezenas de provas materiais. A partir desse conjunto robusto de provas, eu acredito na possibilidade da materialização da prisão dele."
Celeridade da Justiça não condiz com realidade das redes, diz ex-deputada
Questionada sobre decisões judiciais que derrubaram perfis que publicaram desinformação ou discurso de ódio, Manuela afirmou que elas são, "em geral", acertadas, desde que o processo legal seja respeitado.
Ela ponderou, no entanto, que a Justiça não tem a mesma velocidade que as redes sociais.
A Justiça é um ambiente [de combate], mas temos outro problema. A celeridade da Justiça não condiz com a realidade das redes. Então nós precisamos que as plataformas assumam responsabilidade, inclusive tecnologicamente."
Assista à íntegra do UOL Entrevista com Manuela D'Ávila:
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