Câmara emprega piloto e gerente de haras de Juscelino Filho, diz jornal
Juscelino Filho (União Brasil), atual ministro das Comunicações, alocou um piloto de avião particular e o gerente do haras da família em seu gabinete na Câmara quando ainda era deputado. As informações são do Estadão.
O que aconteceu:
- Klennyo Ribeiro, gerente do haras da família de Juscelino, foi nomeado em 2016 e é considerado homem de confiança do ministro. Ele recebia salário de R$ 7,8 mil pagos com dinheiro público.
- O piloto Leumas Rendder Campos Figueiredo foi contratado em 2018 após prestar serviço para Juscelino na campanha daquele ano. Ele se recusou a detalhar ao Estadão seu trabalho na Câmara, mas recebe R$ 10,2 mil.
- Os dois continuam nos cargos após Juscelino se licenciar para integrar o primeiro escalão do governo Lula. A decisão foi do suplente Dr. Benjamin de Oliveira (União Brasil), que é aliado do ministro.
- De 2016 até fevereiro deste ano, a Câmara já pagou mais de R$ 1,2 milhão ao gerente do haras e ao piloto do ministro, considerando salários, férias e gratificações.
- O suplente Dr. Benjamin ainda contratou Pedro Pereira Bringel Filho, tio do ministro Juscelino. Ele entra na vaga da própria mulher, a advogada Mara Bringel.
- Indagado por que manteve funcionários ligados a Juscelino em seu gabinete, Dr. Benjamin respondeu ao Estadão: "Porque eu quis. Contrato quem eu quiser para o meu gabinete".
Em nota ao Estadão, o ministro Juscelino defendeu as nomeações. "Prestam suas atividades com zelo, profissionalismo e regularidade, no apoio à atividade parlamentar em Brasília e no Estado, seja presencialmente, seja em modelo híbrido ou remoto na pandemia".
O UOL procurou a assessoria de imprensa do ministro Juscelino Filho e aguarda retorno.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República começa a analisar hoje a conduta de Juscelino em outro episódio. Em janeiro, ele solicitou voos da FAB e diárias para se deslocar até São Paulo sob a alegação de "compromissos urgentes", mas participou de leilões de cavalos de raça.
Cobrado a se explicar por Lula, o ministro devolveu parte da verba recebida e disse que houve erro no sistema.
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