Petista xingado e Eduardo Bolsonaro estiveram em voo com arremetida em 2022
O deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS), que foi xingado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) hoje (19) — após dizer que a facada que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) sofreu foi falsa —, é deputado desde 2011 e está no quarto mandato na Casa.
A confusão ocorreu na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. O filho do ex-presidente reclamou após a declaração do petista, se levantou e partiu para cima do colega.
Uma curiosidade dos dois é que eles estiveram juntos em um voo com uma boa dose de emoção, já que precisou arremeter ao partir de Brasília e tentar pousar em Porto Alegre. O caso aconteceu em abril de 2022 e também estavam no voo Paulo Pimenta (PT), Lucas Redecker (PSDB-RS) e Covatti Filho (PP-RS).
O avião pousaria em Porto Alegre às 11h45, mas arremeteu e conseguiu pousar no aeroporto de Florianópolis, em Santa Catarina. O motivo foi "forte turbulência, com ventos fortes e grande área de instabilidade".
Quem é Dionilso Marcon
Dionilso Marcon é natural de Ronda Alta (RS).
Antes de ser eleito na Câmara, foi deputado estadual por três mandatos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1999 a 2011. Na ocasião, ele foi líder da bancada do PT e presidiu a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Casa por duas vezes.
Também já foi integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul, entre 1994 e 1998.
Após ficar acampado por quatro anos, foi assentado em 1994, no assentamento Capela, em Nova Santa Rita.
Ele integrou a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) da cidade de Ronda Alta em 1987.
Mandato na Câmara dos Deputados
Ele foi reeleito em 2022, ele recebeu 2,10% dos votos válidos no estado.
De acordo com o PT, o deputado é agricultor e seu mandato é "um espaço de representação dos trabalhadores do campo e da cidade".
Em suas redes sociais, o petista se manifestou contra o caso de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves, onde mais de 200 homens foram encontrados em situação de trabalho análogo à escravidão.
Dionilso Marcon também comemorou no Twitter que a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aprovou a abertura do processo de cassação do vereador Sandro Fantinel, que ofendeu trabalhadores baianos resgatados na região. "Racismo é crime", escreveu o petista.
O que disse o petista após discussão
"Estou no meu sétimo mandato de deputado, quatro [como] federal e três [como] estadual. Eu sempre gostei de disputar a política, respeito muito quem tem posição, não estou aqui no quarto mandato para ir pra disputa corporal, e sim a disputa de política", afirmou Marcon ao UOL News.
Marcon declarou ainda ao UOL ainda que teve medo após a discussão, porque Eduardo "sempre está armado".
"O que aconteceu hoje aqui na Câmara, na Comissão de Trabalho, é uma vergonha. Precisamos disputar é a política. O cara querer partir para me agredir fisicamente e agredir com palavrões minha mãe que tem 83 anos. Nunca agredi ninguém com palavrões aqui na Câmara e nem vou fazer isso", disse o deputado do RS em vídeo publicado no Instagram.
No Twitter, o petista afirmou que o filho do ex-presidente "não aceitou ouvir as verdades e se descontrolou. "Tentou me agredir, me ameaçou e proferiu diversas ofensas homofóbicas, agressivas e até contra minha mãe", complementou.
O que Eduardo Bolsonaro disse após o caso
Eduardo Bolsonaro também usou o Twitter para se manifestar após a situação. "Só eu, minha família e os mais próximos sabemos pelo que passamos. É inaceitável baixar a cabeça para deboche com a tentativa de assassinato de meu pai, chamando o fato de falso, de ter sangrado pouco", escreveu na postagem.
"Meu mandato não está acima da honra de meu pai, com ele vou até a morte", completou o filho do ex-presidente.
O que aconteceu na comissão
Marcon e Eduardo participavam de sessão na comissão, quando o petista declarou que a facada em Jair Bolsonaro era falsa por falta de sangue.
Um vídeo publicado pelo próprio Eduardo no Twitter mostra que o deputado do PL reclamou após a declaração do petista: "Olha o nível de provocação. Dar uma facada no seu bucho, eu quero ver o que você vai fazer".
Imagens do UOL também mostram que Eduardo levantou, foi em direção ao deputado do RS e o xingou: "Vai se fuder, seu viado. Seu puto!".
Eduardo fez uma ameaça de agressão: "te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem. Filho da puta".
Após a confusão, Eduardo saiu da sessão e disse que se acalmaria em outro lugar.
Relembre atentado contra ex-presidente
Jair Bolsonaro era candidato à Presidência da República quando foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG). O atentado ocorreu em 6 de setembro de 2018. O autor do atentado, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante e confessou o crime.
Adélio continua preso no presídio federal de Campo Grande. De acordo com dois inquéritos da Polícia Federal (PF), Adélio teria agido sozinho e sofre de transtorno delirante persistente.
No início do ano passado, a PF abriu uma terceira investigação sobre o crime, que está em andamento.
Segundo matéria da Folha de S. Paulo de hoje, essa investigação cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio. Porém, essa hipótese é considerada inconsistente pela direção atual da Polícia Federal, que enxerga fragilidades nos indícios levantados.
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