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Chico Alves

REPORTAGEM

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Câmara abre processo de cassação de vereador gaúcho que ofendeu baianos

Vereador Sandro Fantinel - Divulgação / Bianca Prezzi
Vereador Sandro Fantinel Imagem: Divulgação / Bianca Prezzi

Colunista do UOL

02/03/2023 14h23Atualizada em 02/03/2023 14h43

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Em meio a protesto de ativistas do movimento negro, ao som de atabaques, a Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) decidiu na manhã de hoje abrir o processo de cassação do vereador Sandro Fantinel.

Na terça-feira (28), ele foi o autor de ofensas aos trabalhadores baianos encontrados em condições análogas à escravidão na cidade vizinha de Bento Gonçalves. O teor xenofóbico e racista de sua fala gerou repercussão nacional e motivou abertura de inquérito contra ele e expulsão do partido Patriota.

A abertura do processo de cassação foi aprovada por todos os 22 vereadores. Somente Fantinel, que não compareceu à sessão, não votou.

Para dar andamento ao processo, foi criada uma comissão parlamentar processante que vai discutir a cassação e tem 90 dias para apresentar um relatório.

"Não contratem mais aquela gente lá de cima", disse Sandro Fantinel, referindo-se aos baianos que foram resgatados de condições degradantes impostas por seus empregadores. "Com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema".

Como resposta a essa crítica, os manifestantes que lotaram hoje a Câmara entraram na casa ao som dos atabaques.

"Se houve ofensa ao samba, aos tambores, nada mais justo que as pessoas que levam à frente a cultura negra se manifestem", disse à coluna o vereador Lucas Carignato (PT). "Se esse discurso de ódio está na moda em algumas casas parlamentares pelo Brasil, aqui foi rechaçado".