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Jornal: Michelle Bolsonaro recebeu caixa de joias em mãos, diz servidora

Do UOL, em São Paulo

25/04/2023 12h07Atualizada em 25/04/2023 13h08

Uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Palácio do Planalto disse em depoimento à Polícia Federal que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou a receber em mãos uma caixa de joias enviada pela Arábia Saudita. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

O que aconteceu?

De acordo com a reportagem, Michelle recebeu em mãos o 2º pacote de joias árabes, que continha relógio, caneta, anel, abotoaduras e um rosário. A servidora afirmou que o kit foi entregue à esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 29 de novembro de 2022.

Depoimento desmente versão da ex-primeira-dama. Ela já afirmou não saber de joia nenhuma várias vezes, desde a descoberta que joias destinadas a ela foram retidas pela Receita. O Estadão afirma que procurou Michelle para um posicionamento e aguarda retorno.

Bolsonaro estava com o conjunto, mas devolveu após determinação do TCU. O Tribunal de Contas da União decidiu que o ex-presidente deveria retornar esse e quaisquer outros presentes de alto valor.

Estojo com joias oferecido pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro que Michelle teria recebido em mãos - Reprodução/Receita Federal - Reprodução/Receita Federal
Segundo estojo com joias oferecido pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro em outubro de 2021
Imagem: Reprodução/Receita Federal

Relembre escândalo das joias

Governo Bolsonaro teria tentado trazer ao Brasil de forma ilegal joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que seriam um presente da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama. As joias foram aprendidas no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021 e estariam na mochila de um militar que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

O governo Bolsonaro fez várias tentativas de recuperar as joias, mobilizando vários ministérios. O Ministério de Minas e Energia teria pedido a intervenção do Itamaraty no caso. A Receita, porém, informou que isso só seria possível se fosse feito o pagamento do imposto e da multa, que chegaria a R$ 12 milhões.

Na mesma viagem não foi interceptado pela Receita um conjunto composto por um relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta, anel e um masbaha (espécie de rosário islâmico) — todos os itens pertencem à marca de luxo suíça Chopard.