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Certificado de vacinação falsa de Bolsonaro foi emitido no Planalto, diz PF

24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

03/05/2023 16h34Atualizada em 03/05/2023 17h59

A Polícia Federal aponta que o certificado de vacinação de Jair Bolsonaro (PL), com dados de uma falsa imunização, foi emitido de um computador do Palácio do Planalto. A fraude, segundo a PF, ocorreu em dezembro do ano passado, às vésperas da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos.

O que aconteceu?

Os registros do SUS apontam que Bolsonaro tomou duas doses da Pfizer, em agosto e outubro de 2022, mas essas vacinas não foram aplicadas. Os dados falsos afirmavam que a imunização ocorreu em uma unidade de saúde de Duque de Caxias (RJ).

No perfil de Bolsonaro no ConecteSUS, estes dados falsos só foram cadastrados em 21 de dezembro do ano passado, referentes às vacinações que ele teria tomado meses antes. Veja a cronologia completa da fraude nos dados.

Em 22 de dezembro, um dia após o registro falso, o certificado de imunização de Bolsonaro foi emitido no ConecteSUS de um computado do Planalto. Um novo acesso, também no Planalto, foi feito no dia 27, segundo a PF.

No dia 27, após a segunda emissão de certificado, os registros das falsas doses foram apagados, mas deixaram um rastro no sistema.

Em 30 de dezembro, dia em que Bolsonaro viajou aos EUA, Mauro Cid acessou novamente o perfil do então presidente no ConecteSUS. Desta vez o login não foi feito diretamente do Planalto, e sim do celular do ex-ajudante de ordens.

Bolsonaro nem sequer esteve na cidade na data da falsa 1ª dose

Os dados falsos apontam que Bolsonaro teria sido imunizado nos dias 13 de agosto e 14 de outubro do ano passado. Ambas as doses, segundo o registro fraudado, teriam sido aplicadas no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias.

Nesse mesmo local, também teria sido fraudado o registro de Gabriela Cid, esposa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Segundo a PF, ele e a família falsificaram seus cartões para poderem viajar aos EUA, assim como o ex-presidente.

Em 13 de agosto, data da suposta primeira dose, Bolsonaro não esteve em Duque de Caxias. A PF aponta que o ex-presidente foi ao Rio de Janeiro nesse dia, mas voou da capital fluminense diretamente a Brasília.

Já em 14 de outubro, data da 2ª dose, o então presidente foi ao município, mas não esteve na unidade de saúde. Ele participou de um ato de campanha no final da manhã e voou para Belo Horizonte no começo da tarde.

carteira vacinação - Reprodução - Reprodução
Cartão de vacinação atribuído a Gabriela Cid, mulher de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro
Imagem: Reprodução