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Defesa: Bolsonaro não tinha motivo para falsificar carteira de vacinação

Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

03/05/2023 20h55Atualizada em 03/05/2023 21h05

Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçaram que ele não tomou vacina contra a covid-19 e negaram existir motivos para justificar uma falsificação da carteira de vacina.

O que aconteceu:

A defesa disse que Bolsonaro se manteve em "linha com a posição que sempre manteve" contra a vacina e não se imunizou para a covid-19.

"Não haveria qualquer motivo para que o ex-presidente promovesse ou determinasse a confecção de certificados falsos", afirmaram os advogados, após ser deflagrada uma operação que investiga possível fraude em cartões de vacinação, incluindo de Bolsonaro e da filha, Laura. A casa do político do PL foi alvo de busca e apreensão e ex-assessores de Bolsonaro foram presos.

Eles argumentaram que, enquanto presidente, Bolsonaro só cumpriu agenda em países que aceitassem ele não estar vacinado ou pedissem apenas testes virais do coronavírus.

A defesa reiterou que Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, foi vacinada contra a covid-19.

Na constância de seu mandato somente ingressou em países estrangeiros que aceitassem tal condição ou se dessem por satisfeitos com a realização de teste viral, procedimento adotado em diversas ocasiões."
Defesa de Bolsonaro

Apesar disso, a PF (Polícia Federal) diz que os dados dos certificados de vacinação foram adulterados para permitir a entrada de Bolsonaro nos Estados Unidos, no fim do ano passado. Segundo as investigações, ele não se vacinou, mas possuía um certificado ilegal que indicava o oposto.

A PF também apura se essas fraudes beneficiaram a filha dele, Laura, de 12 anos, e assessores e familiares deles que também viajaram aos EUA.

Bolsonaro nega adulteração

"Não existe adulteração. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente à emissora CNN Brasil, na porta de sua residência, em Brasília. Para Bolsonaro, a operação da PF é tentativa de "criar um fato".

Segundo o ex-presidente, apenas a esposa, Michelle, foi vacinada contra covid. "Não tomei a vacina após ler a bula da Pfizer. Minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen, e minha filha Laura, de 12 anos, também não tomou vacina."

"Se eu tivesse que entrar [nos EUA] e apresentasse cartão, vocês estariam sabendo", disse o ex-presidente aos repórteres.

À Polícia Federal, a defesa de Bolsonaro informou que ele só deve prestar depoimento após o acesso completo ao processo sobre a suposta fraude de dados sobre vacinação contra a covid-19.