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Novo ministro do GSI trabalhou com FHC e Dilma e foi premiado por Bolsonaro

Do UOL, em Brasília

03/05/2023 12h09Atualizada em 10/05/2023 11h20

O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Marcos Antônio Amaro, tem extenso currículo na segurança presidencial e é elogiado pelo alto comando do Exército. Ele trabalhou com FHC (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) e recebeu honrarias de Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

Amaro assume o GSI após a saída do general Gonçalves Dias, que entregou o cargo depois de aparecer em imagens dentro do Palácio do Planalto no dia dos ataques de 8 de janeiro.

O episódio municiou opositores de Lula e causou uma turbulência política, que terminou com Dias sendo o primeiro ministro a cair do governo Lula (PT) e com a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso para investigar os atos golpistas.

Amaro foi um nome apoiado pelo comandante do Exército, Tomás Paiva, e sugerido ao presidente por interlocutores.

Lula e Amaro tiveram uma primeira conversa rápida, antes da viagem do mandatário para Portugal, em que o presidente quis relembrar o rosto do general. Eles se cumprimentaram e o militar sinalizou que aceitaria assumir o GSI se recebesse oficialmente o convite.

General Marcos Antônio Amaro durante sua posse como chefe da Casa Militar da Presidência no governo Dilma - Divulgação/Ricardo Stuckert - Divulgação/Ricardo Stuckert
General Marcos Antônio Amaro durante sua posse como chefe da Casa Militar da Presidência no governo Dilma
Imagem: Divulgação/Ricardo Stuckert

Opção pela farda

O presidente Lula foi pressionado por integrantes do governo a escolher um civil para o cargo do GSI, e não mais um militar, mas não concordou.

Há resistência e desconfiança ao redor de Lula depois dos recentes episódios envolvendo o general Dias e o apoio massivo da classe ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, oficiais do Exército elogiaram o colega de farda em contato com a reportagem. Ele é avaliado pela caserna como um general inteligente e "extremamente reservado".

Na avaliação de integrantes do alto comando, Amaro tem perfil ideal para o cargo.

Quem é general Amaro?

Marcos Antônio Amaro serviu o Estado-Maior do Exército em Brasília em diferentes oportunidades.

Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, foi designado pela primeira vez para o Gabinete de Segurança Institucional.

Depois, ocupou cargo de adido militar no Suriname, comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e retornou a Brasília. Por um breve período, em 2003, chegou a trabalhar na segurança presidencial do primeiro mandato de Lula.

Em 2010, foi escalado como secretário de Segurança Presidencial, na gestão de Dilma Rousseff (PT), onde ficou por cinco anos.

Em 2019, foi condecorado pelo então presidente, Jair Bolsonaro (PL), com o grau de "Grande-Oficial Suplementar da Ordem do Mérito Naval". Bolsonaro lhe agraciou por uma segunda vez, dando-lhe o grau de "Grande-Oficial Especial da Ordem do Mérito Aeronáutico".

Amaro também trabalhou como secretário de Economia e Finanças do Exército e foi comandante militar do Sudeste na gestão de Bolsonaro. Passou para reserva em maio de 2022.

Amaro nasceu em Motuca, no interior de São Paulo. Entrou no Exército aos 17 anos e se formou na Academia Militar das Agulhas Negras.

Ele tem dois filhos, Marcos e Rafael, que também seguiram carreira militar e são oficiais do Exército.