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'Brasil tem sua razão para encontrar meio-termo', diz Lula sobre Ucrânia

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

09/05/2023 19h06Atualizada em 09/05/2023 19h56

O presidente Lula (PT) reforçou a posição de intermediação do Brasil em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia em encontro com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, hoje.

O que aconteceu?

Os dois se reuniram no Palácio do Planalto por quase duas horas. Além da guerra, eles debateram meio ambiente e situação da Amazônia, a relação entre os blocos Mercosul e União Europeia e a retomada da economia global.

Em comunicado conjunto com Rutte, Lula declarou: "é hora da diplomacia, não é hora da guerra". E reafirmou que o Brasil condena a "ocupação da Ucrânia", iniciada no ano passado.

Lula disse que já conversou pela paz com outros países, como China e Estados Unidos, e que repetirá o discurso no G7, no fim do mês. "A continuidade da guerra só levará à morte e precisamos de quem discuta a paz, o Brasil está disposto a isso", afirmou.

A Ucrânia tem que resistir, a União Europeia tem sua razão e o Brasil e outros países têm sua razão de encontrar um meio-termo. Eu acredito que é possível, se achasse que não ia ter sucesso não estaria metido nisso."
Lula, em encontro com Rutte

Rutte defendeu seu país por ter enviado armas para a Ucrânia no início do conflito: "Se não tivéssemos feito isso, Kiev teria caído na primeira semana dessa terrível guerra".

O presidente Lula com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte - Divulgação/Ricardo Stuckert - Divulgação/Ricardo Stuckert
O presidente Lula com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte
Imagem: Divulgação/Ricardo Stuckert

O governo Lula e a guerra na Ucrânia

O secretário especial da Presidência, ex-chanceler Celso Amorim, chegou nesta tarde à Ucrânia. Ele deverá se encontrar com o presidente Vlodomir Zelensky, que fez o convite, para debater alternativas.

Lula tem insistido em uma solução pacifista desde que foi eleito, em novembro. O presidente reafirmou que condena a invasão russa. Ele já foi criticado por igualar Rússia e Ucrânia como culpados pela guerra, sendo que os russos que invadiram o país vizinho.

Os passos tomados pelo Brasil são muito importantes, também para ajudar a encontrar soluções para a situação, acredito que vai começar pela presidência e liderança da Ucrânia, é crucial entrar na discussão."
Mark Rutte, em resposta a Lula

Proteção da Amazônia

O investimento europeu na proteção à Amazônia foi outro tema central da reunião. Lula reforçou que espera apoio da União Europeia na questão do meio ambiente e que quer sediar a COP-24, principal conferência global sobre o clima, em Belém.

Gastamos 50 milhões [de euros] no fundo da bioeconomia da Amazônia, que está focado em assegurar que na Amazônia haja iniciativas contra o desmatamento e pelo reflorestamento."
Mark Rutte, primeiro-ministro holandês