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Sem passaporte, redes sociais e arma: o que Moraes impôs ao soltar Torres

Do UOL, em São Paulo

12/05/2023 04h00

O ministro do STF Alexandre de Moraes impôs restrições à locomoção e às comunicações do ex-ministro Anderson Torres, que foi solto ontem após quase quatro meses de prisão.

Quais são as condições?

Tornozeleira eletrônica foi colocada antes de Torres deixar a prisão, informou a defesa do ex-ministro.

Torres está proibido de sair do DF e deve permanecer em casa à noite e nos fins de semana. Ele deverá se apresentar à Justiça todas as segundas-feiras, diz a decisão de Moraes (veja íntegra).

Afastamento do cargo de delegado da Polícia Federal "até posterior deliberação" do STF. Torres trabalhava na corporação até assumir a secretaria de segurança pública do DF pela primeira vez, em 2019.

Passaportes retidos e proibição de sair do país. Segundo Moraes, os documentos do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro serão cancelados e ficarão sem efeito.

Perda do porte de arma de fogo. O ministro do STF determinou a "suspensão imediata" de quaisquer certificados de CAC ou documentos autorizando o porte de Torres, inclusive da arma funcional.

Proibição de usar redes sociais e de se comunicar com outros investigados. Alegando "lapso de memória", o ex-ministro chegou a dar aos investigadores senhas erradas para acesso ao celular dele.

Defesa fala em colaborar

O advogado Eumar Novicki afirmou que recebeu a decisão da soltura com "serenidade e respeito", em nota divulgada após a decisão de Moraes.

A defesa reitera sua confiança na Justiça e seu respeito irrestrito ao Supremo Tribunal Federal. O maior interessado na apuração célere dos fatos é o próprio Anderson Torres."
Eumar Novicki, advogado de Torres

A defesa convocou uma entrevista coletiva para as 11h desta sexta-feira, em Brasília.

Torres estava detido desde 14 de janeiro por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando ocorreram os atos golpistas.