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11 meses

Bolsonaro se distancia de Cid em investigação: 'Cada um siga sua vida'

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

18/05/2023 18h31Atualizada em 19/05/2023 08h58

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou o Senado hoje e, ao ser questionado sobre o depoimento do seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid à PF, respondeu: "Cada um pro seu lado".

O que aconteceu

Bolsonaro afirmou que não tem conversado com Cid e que o caso está em segredo de Justiça. "O que eu vi agora na TV é que ele ficou em silêncio", afirmou o ex-presidente. Hoje, o tenente-coronel esteve na sede da Polícia Federal e decidiu ficar calado.

O ex-presidente também teceu elogios ao ex-assessor. "Ele é um excelente oficial do Exército, jovem ainda, foi das forças especiais, comandos, paraquedistas, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida".

As declarações de Bolsonaro foram dadas após o encontro com o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no gabinete do senador no Congresso.

Investigação por fraude

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi preso no dia 3 pela Polícia Federal. A Operação Venire apura suspeita de fraudes nas carteiras de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente, familiares dele e do próprio militar.

Segundo a PF, há indícios de que o tenente-coronel solicitou a intermediários a obtenção de certificados de vacinação fraudados que teriam beneficiados parentes seus e de Bolsonaro, com o objetivo de realizar viagens ao exterior e driblar as exigências sanitárias.

A PF também realizou buscas e apreensões na casa de Bolsonaro, no Jardim Botânico, em Brasília. Na ocasião, os agentes apreenderam o celular do ex-presidente.

Hoje, a defesa de Bolsonaro que a decisão de Cid se ficar em silêncio na PF foi "tecnicamente acertada", embora a expectativa do entorno bolsonarista era que o militar o isentasse da suspeita de participar de um esquema de fraude em certificados de vacina.

O tenente-coronel tem outro depoimento à PF marcado na próxima segunda (22). Ele será questionado no âmbito do inquérito que apura o caso das joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.

Bolsonaro depôs à PF na terça

O ex-presidente negou à PF ter orientado a falsificação de seu certificado de vacinação no ConecteSUS. O depoimento de Bolsonaro durou cerca de três horas — ele respondeu a 60 perguntas.

Segundo a defesa do ex-presidente, ele disse que 'jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha".

O que mais Bolsonaro disse no Congresso

Em meio às apurações sobre um suposto esquema de fraude em cartões de vacinação, o ex-presidente disse que agora "procura paz" e já falou nas investigações.

Bolsonaro afirmou também que não comandará uma "oposição radical" contra o presidente Lula (PT) e que, "apesar de não simpatizar com o governo, quer colaborar para que o Brasil não fracasse".

Ele ressaltou ainda que as eleições de 2022 são "página virada" e que tem discutido a estratégia política para as eleições municipais de 2024. Atualmente, ele ocupa o cargo de presidente de honra do partido, comandado oficialmente por Valdemar Costa Neto.

O ex-presidente também comentou o caso do conjunto de joias apreendidos no aeroporto de Guarulhos. Ele voltou a negar que as joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, avaliadas em R$ 16 milhões, tenham passado pelas mãos dele ou de Michelle.

Também contou que os gastos em dinheiro vivo feitos pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, como o UOL mostrou, foram para comprar "absorvente, uma roupinha para a filha, manicure, cabeleireiro".

A gente procura paz, porque os problemas que acontecem no Brasil todo mundo sofre. Estão votando aqui o arcabouço e não há da nossa parte a ideia de impedir qualquer votação.
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)