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Minuta golpista, joia, vacina: quem é Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro

24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

07/06/2023 16h51

A Polícia Federal encontrou no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), uma minuta golpista e "estudos" para dar suporte a um eventual golpe de Estado. Mauro Cid foi preso em maio pela PF em uma operação que mira a fraude em cartões de vacina contra a covid-19. Ele também esteve envolvido no caso das joias que Bolsonaro trouxe ao Brasil.

Quem é Mauro Cid?

Filho de um amigo do ex-presidente, Mauro Cid era o oficial mais próximo de Bolsonaro em seu governo. Tenente-coronel, ele é considerado braço direito do ex-presidente e um de seus principais conselheiros.

Cid foi o primeiro a ser escalado para resgatar pessoalmente joias e relógio de diamantes trazidos ilegalmente para o país. Ele assinou ofício enviado à Receita, e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, informando que um auxiliar de Bolsonaro pegaria as joias em São Paulo.

Ele foi indiciado pela Polícia Federal por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente. Em dezembro, a PF concluiu que Bolsonaro associou, falsamente, a vacina contra a covid-19 e o vírus HIV em uma live feita em outubro de 2021.

O militar também teria coordenado um suposto caixa 2 no gabinete de Bolsonaro, segundo o site Metrópoles. A reportagem informa que os recursos eram utilizados para pagar contas pessoais da então primeira-dama, Michelle, e de familiares dela, o que foi negado pela família do ex-presidente.

Cid foi considerado pivô da demissão do general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército no primeiro mês do governo Lula. Fontes militares do governo afirmam que o presidente ficou incomodado com a situação de Cid que assumiria o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia. Dias depois, Cid pediu adiamento do cargo ao novo comandante do Exército.

O que aconteceu agora

No celular de Mauro Cid, foi identificada uma minuta para a decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que permite ao presidente da República convocar as Forças Armadas em situações de perturbação da ordem.

A perícia não encontrou provas de que o material foi encaminhado a Bolsonaro pelo celular, segundo a GloboNews. Os documentos estavam em mensagens trocadas entre Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, preso na operação que investiga fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha.

Além da minuta do golpe, Cid e Reis também discutiam como convencer autoridades do Exército a aderir ou colaborar com a GLO.

Cid esteve na sede da PF em Brasília na terça-feira (6) para depor sobre os documentos encontrados pela PF em seu celular. O UOL apurou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro se recusou a falar.

*Com informações de reportagem publicada em 3/5/2023