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'O Ministério da Saúde é do Lula', diz presidente em evento com Nísia

Do UOL, em São Paulo

05/07/2023 12h39Atualizada em 05/07/2023 15h16

O presidente Lula (PT) disse que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, está firme no cargo e ficará no comando da pasta "até quando ele quiser".

O que aconteceu?

Lula afirmou que o Ministério da Saúde "é dele" e que a ministra poderia "dormir e acordar tranquila". O presidente participou hoje (5) da 17ª Conferência Nacional de Saúde, ao lado de Nísia.

A pasta tem sido alvo de desejo do centrão, que pressiona o governo Lula pela troca da ministra. Na semana passada, ela admitiu a possibilidade de haver "desejos" para ocupar o cargo dela, mas falou estar "segura" de sua permanência no comando da Saúde.

A interferência viria do próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), embora ele negue a articulação pelo cargo.

Lula afirmou ter tido "muita sorte" com os ministros da Saúde de seus governos anteriores e reforçou o elogio a Nísia: "Precisou uma mulher para fazer mais e melhor do que todos nós fomos capazes de fazer", afirmou.

Tenho certeza de que poucas vezes na vida a gente teve a chance de ter uma mulher no Ministério da Saúde para cuidar do povo com o coração, como uma mãe cuida dos seus filhos. E eu não tenho dúvida.
Lula, em elogio a Nísia

Por que Ministério da Saúde é cobiçado?

Políticos explicaram ao UOL o motivo do interesse do Centrão na pasta da Saúde, um dos ministérios que poderia servir cargos e emendas como "moeda de troca" para o governo ter boas perspectivas no Congresso —e, consequentemente, ver seus projetos aprovados.

Alguns dos motivos são:

  1. O Ministério da Saúde é uma das pastas com maior orçamento disponível para investir nas cidades;
  2. Os aportes em saúde têm "capilaridade", ou seja, podem ser direcionados para diferentes estados e municípios;
  3. Como saúde é uma demanda importante para a população, investimentos em hospitais, remédios e programas de saúde são considerados excelentes materiais para propaganda em anos de eleições.
Nísia é tida como um cargo técnico, já que foi presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) durante a pandemia.