Diretor de 'Tropa de Elite' quer levar história de Marielle para o mundo
O cineasta José Padilha, diretor de obras como "Tropa de Elite" e "Narcos", disse hoje ao UOL Entrevista que planeja uma série documental sobre a ex-vereadora do Rio Marielle Franco, e que quer que a história dela seja vista pelo mundo.
O que ele disse
"Era uma figura que tinha uma luz incrível". "Era extremamente inteligente, sagaz, foi uma lutadora a vida inteira", disse ele, que conheceu Marielle pessoalmente. "Ela representa muitas coisas para além da luta contra a milícia, embora talvez seja o que causou sua morte."
"Para mim, a Marielle é pessoal, quero tentar colocar o nome dela no mundo", disse ele, que planeja lançar uma série documental sobre o caso.
Padilha disse não poder detalhar em que estágio está o projeto. "Essa série está viva e já tem estrutura que vai botar ela no mundo inteiro, sim".
Novos detalhes da morte de Marielle foram revelados ontem. O ex-PM Élcio Queiroz fez um acordo de delação premiada e confessou ter participado do crime, junto do sargento reformado Ronnie Lessa.
"Não foi 'Tropa de Elite' que elegeu Bolsonaro"
"Tropa foi no governo Lula, não foi o que elegeu o Bolsonaro. O que elegeu Bolsonaro é o que faz as pessoas verem Tropa de Elite", afirmou. Para ele, o filme de 2007 é um "termômetro", que mostrou uma massa de brasileiros que não aguentavam mais a violência pública.
"O Brasil é um Estado que pratica tortura sistemática e ninguém se preocupa com isso". "É um problema que influencia a política de maneira radical, e faz boa parte da população tender a soluções fascistas", avaliou.
Para ele, "nenhum político brasileiro teve coragem de mexer na segurança pública". "A violência urbana é radical, isso cria uma massa de pessoas que quer que o bandido seja linchado, que não aguenta mais, cria um ódio recorrente de pessoas que querem solução extrema".
Assista à íntegra do programa:
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