Conteúdo publicado há 9 meses

Viúva de Marielle: Temos ânimo na PF sob o comando de Dino e gestão Lula

Em entrevista ao UOL News, a vereadora do Rio de Janeiro Mônica Benício (PSOL), viúva de Marielle Franco, renovou suas esperanças na elucidação do caso por conta da ação da Polícia Federal, agora sob comando de Flávio Dino e de Lula.

A conjuntura política é outra neste momento. Temos um ministro da Justiça que, no seu discurso de posse, falou da importância para a democracia que o caso da Marielle tem para ser elucidado. Temos um presidente que sempre mostrou respeito pela memória dela. É com essa Polícia Federal que temos ânimo e esperança de conseguirmos avançar e chegar ao nome dos mandantes. Mônica Benício, vereadora do Rio de Janeiro (PSOL) e viúva de Marielle

Mônica reforçou que não considerou um erro a posição contrária da família à federalização do caso Marielle por conta do cenário político da época. A vereadora temia que, sob a gestão de Jair Bolsonaro, as investigações fossem deixadas de lado. Para ela, o ex-presidente só demonstrou algum interesse quando o nome da família dele foi citado por um porteiro.

Existe uma conjuntura política a ser considerada na época em que estávamos contra. Nesse momento, vemos com muitos bons olhos e é bem-vinda a chegada da Polícia Federal, que mostra resultados muito efetivos com a delação do Élcio. Quando fomos contrários, estávamos falando de um governo que não teve qualquer apreço ou demonstração de apreço pela memória da Marielle, ou interesse na elucidação deste caso desde o início. Mônica Benício, vereadora do Rio de Janeiro (PSOL) e viúva de Marielle

Viúva de Marielle: Dói muito saber que ela era sendo monitorada desde 2017

Mônica disse que o mais chocante na delação de Élcio de Queiroz foi saber que Marielle era monitorada desde 2017. Apesar do momento doloroso, a vereadora mostrou-se confiante de que as investigações seguem no caminho certo para a elucidação do crime e apontar quem foi o mandante do assassinato.

Marielle não tinha um trabalho que fizesse uma atuação direta ao enfrentamento da milícia. Ela não se entendia em risco ou ameaça. O assassinato dela nos chega com caráter ainda mais perverso, que é o de surpresa. Ao ver o depoimento do Élcio e saber que ela era monitorada desde agosto de 2017 é ainda mais preocupante e doloroso, mas também revelador: não restam dúvidas de que foi um crime político. Mônica Benício, vereadora do Rio de Janeiro (PSOL) e viúva de Marielle

Pesquisador: Delação em si chama atenção no contexto de pacto de silêncio

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Ao analisar a deleção de Élcio de Queiroz, Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), ressaltou que as declarações do ex-PM quebram um "pacto de silêncio" sobre o caso Marielle.

A própria delação em si chamou a atenção. Está muito presente nas Forças Armadas, nas PMs e nas próprias milícias um pacto de silêncio muito forte e uma questão muito ligada à honra desses que participam do submundo. A própria disposição do Élcio de falar já foi uma novidade importante. Não sabemos até que ponto ele vai falar e se chegará ao ponto dos mandantes, mas começa a se formar um contexto de que esse crime não foi de iniciativa própria dos executores. Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP)

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