Carla: Caso Nikolas arquivado quebra 'acordo' de Lira por punição educativa

A mudança de voto do relator do processo de cassação de Nikolas Ferreira (PL-MG) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados quebrou "acordo" do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para uma punição educativa, afirmou a colunista do UOL Carla Araújo durante participação no UOL News desta quarta-feira (9).

Quando esses episódios aconteceram, principalmente esse do Nikolas, irritou bastante o presidente da Câmara, Arthur Lira. E, na época, ele avisou os líderes que ele queria fazer o Conselho de Ética ter algum tipo de caráter educativo. Na época, a gente apurou, o Lira chegou a falar para os líderes: 'vamos punir um de cada lado, pelo menos, para tentar elevar o nível dos debates na Câmara dos Deputados'.

Carla afirmou que, por algum motivo ainda desconhecido, esse acordo pode ter mudado.

Provavelmente chegaram à conclusão que o melhor era deixar passar e aí, infelizmente, mais um caso que a gente vai e volta par aquele velho jargão, isso aí virou e acabou em pizza mesmo.

Falta de punição da Câmara não surpreende; assim que surgiu Jair Bolsonaro, diz cientista político

O cientista político Cláudio Couto também avaliou a mudança de voto do relator do caso Nikolas Ferreira. Para ele, a não punição do deputado não surpreende, já que há anos essa é a conduta do Conselho de Ética. O cientista político ainda citou o ex-presidente, Jair Bolsonaro.

A gente não vê praticamente punição, e é assim que se produziu Jair Bolsonaro, só pra pegarmos um exemplo. Ao longo de pelo menos três décadas dizendo e proferindo as mais terríveis barbaridades, seja dentro do plenário, seja em entrevistas que dava e nada ocorria.

"Era de se imaginar que condutas ofensivas, condutas inadequadas, ilegais, inclusive, que podem constituir crime, como é o caso da transfobia, elas deveria ser sancionadas. Mas o estranho foi o primeiro parecer, o normal foi esse segundo, normal dentro daquilo que é o hábito na Comissão de Ética da Câmara, nada muito novo. Surpresa para zero pessoas", criticou.

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Couto: Fim da CPI do MST mostra que governo Lula está conseguindo apoio do centrão

Cláudio Couto também comentou a respeito da decisão do relator da CPI do MST, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que desistiu de pedir a prorrogação no prazo da comissão, prevista para terminar em setembro. Segundo o cientista político, a decisão mostra que o governo Lula está conseguindo se aproximar do centrão.

Na medida que o centrão retira seus membros mais radicais e indica membros mais pragmáticos, o que está mostrando é que o governo está conseguindo finalmente construir esse apoio junto ao centrão. Essa é uma das evidências que a gente pode ter de que essa construção de uma base de sustentação amparada também nos partidos do centro esta caminhando.

"O que o Ricardo Salles está fazendo ao jogar a toalha dessa maneira é reconhecer o fato que, talvez, essa é uma bananeira que já deu cacho, não tem muito como avançar a partir daí", avaliou.

Carla: Em prisão de Silvinei, PF traz provas que desmontagem 'guerra das narrativas'

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A colunista Carla Araújo também comentou sobre a prisão do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques. Segundo ela, a Polícia Federal traz provas para desmontar a 'guerra de narrativas' que foi criada em cima do caso.

O ponto central dessa questão, da prisão de hoje, eu destacaria o Ministro Alexandre de Moraes falando que o ex-diretor poderia atrapalhar as diligências. O que é importante é a gente começar a materializar as coisas. A gente vem vindo nessa moda da guerra das narrativas, é assim que aconteceu, é passado, agora a PF está mostrando documentos que provam que isso de fato aconteceu, o objetivo disso acontecer.

Para a colunista, os documentos mostram a gravidade dos fatos e encerra a ideia de que se tratam de narrativas diferentes.

A gravidade dos fatos vai tomando uma proporção maior porque não se trata de narrativas, se trata de fatos baseados em documentos que aconteceram na Polícia Rodoviária Federal com intuito de tentar prejudicar a eleição de eleitores que, sabidamente, estavam ali, já tinha acontecido o primeiro turno, eram regiões onde o voto de Lula iria acontecer, muito provavelmente.

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