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Josias: Delgatti mostra que Brasil esteve no fundo do poço com Bolsonaro

O colunista do UOL Josias de Souza comentou no UOL News que o depoimento do hacker Walter Delgatti à CPMI do 8 de janeiro mostra o "fundo do poço" que o Brasil esteve durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

O depoimento de Delgatti à CPI mostra que o Brasil esteve no fundo do poço durante o governo Bolsonaro. Algumas pessoas duvidavam, mas isso fica muito evidente. O presidente credenciou um picareta para conversar com o Ministério da Defesa e esse picareta foi recebido pelo então ministro da Defesa.

Ele diz que, na prática, redigiu o documento utilizado pelo Ministério da Defesa, pelos militares e pelas Forças Armadas para questionar o sistema eleitoral. Então, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) imaginava que dialogava com o Ministério da Defesa e, na verdade, o TSE estava dialogando com um picareta.

O que o hacker disse

Segundo o hacker, ele foi procurado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com Duda Lima, marqueteiro da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022, e com o próprio Bolsonaro, à época candidato à reeleição.

Na ocasião, conversaram sobre o plano de tentar provar que as urnas eram fraudáveis.

Bolsonaro, então, teria dito que não entendia da parte técnica do sistema eleitoral e pedido que ele conversasse com o ministro da Defesa. Agradeceu o hacker, disse que ele estava "salvando o Brasil" e, então, teria garantido o indulto.

Sim, recebi [proposta de benefício]. Inclusive, a ideia ali era eu receber um indulto do presidente. Ele havia concedido indulto ao deputado [Daniel Silveira] e como eu estava investigado pela [operação] Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu estava visava esse indulto, que foi oferecido no dia.
Walter Delgatti, hacker, à CPI

Inicialmente, a ideia era que ele fosse o garoto-propaganda da campanha de Bolsonaro. Mas o plano não foi para frente. A segunda ideia então era que ele gravasse um vídeo mostrando que as urnas não eram confiáveis.

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Ele teria uma urna que seria emprestada pela OAB, colocaria um aplicativo feito por ele e mostraria à população que seria possível apertar um número e sair outro. "Eu faria um código fonte meu, não do TSE, para a população ver que seria possível apertar um voto e imprimir outro", explicou.

Segundo Delgatti, esse era o plano de Duda Lima e teria sido aprovado por Bolsonaro. Após os encontros iniciais, o hacker conta que foi diversas vezes à Defesa conversar com os servidores para inspecionar as urnas eletrônicas no TSE.

Ele explicou que os funcionários da Defesa tentavam decorar o código fonte e outros detalhes do sistema eleitoral para repassar a ele. "A ideia inicial era que eu inspecionasse o código fonte e apenas os servidores da Defesa tinham acesso. Eu dei orientações [a eles]", disse.

As ideias foram descartadas porque a reunião com a cúpula da campanha bolsonarista foi divulgada pela imprensa.

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