Erika: Avanço de investigação pode mostrar uso de dinheiro das joias no 8/1
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que há indícios claros do envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) com o esquema de venda de joias que deveriam e defendeu que o escândalo pode ter ligação com o financiamento dos atos golpistas de 8 de Janeiro.
Ao UOL Entrevista de hoje, ela defendeu que as joias devem ser abordadas na CPMI que investiga a tentativa de golpe, apesar do posicionamento contrário do presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA).
Esse esquema das joias tem que ser tratado junto às tentativas de golpe de 8 de Janeiro porque muito provavelmente foi um dinheiro que serviu para financiar atos golpistas, para instrumentalizar o terrorismo que se praticou no Brasil.
Erika Hilton, ao UOL Entrevista
A parlamentar também disse desconfiar da quantidade de presentes caros entregues ao Brasil durante o governo do ex-presidente.
Depoimento do hacker foi um dos mais reveladores da cronologia do golpe
Erika também apontou o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto como uma peça principal na CPI do 8 de Janeiro.
Para ela, apesar de não ser considerado uma peça tão "central" no tabuleiro, ele contribuiu para construção da narrativa de que os atos golpistas não foram isolados, e sim algo planejado.
Na minha opinião, o depoimento do hacker é um depoimento central e importante porque ele aproxima aquelas pessoas que até então [levantavam a dúvida de] 'será que ele tinha uma relação?'. O hacker vai lá e diz: 'Ele me pediu. Eu fui contratado para isso. Queriam que eu invadisse o sistema eleitoral'. Para mim, esse é um depoimento principal.
Erika Hilton, ao UOL Entrevista
Violência dificulta ir além de pauta LGBTQIA+
Para Erika, rebater falas criminosas de colegas durante sessões tira o foco do plano real do mandato dela: fazer políticas ancoradas nas necessidades do país.
Queremos fazer uma política ancorada nas necessidades do Brasil, não só nas necessidades dos direitos da comunidade LGBTQIA+. [...] Temos quatro anos para colocarmos em prática aquilo que o nosso eleitorado e nós acreditamos que são as necessidades da população. Acho que somos completamente desrespeitadas, agredidas, violentadas e prejudicadas nos exercícios das nossas funções quando temos que mudar o nosso foco para responder práticas violentas e criminosas como essas, que constantemente aparecem no parlamento.
Deputada federal Erika Hilton, ao UOL Entrevista
Ela considerou o deputado Abílio Brunini (PL-MT), que também fez falas transfóbicas contra ela, alguém "extremamente desrespeitoso e inconveniente" e pontuou que espera uma punição contra ele não só por esse ato violento, mas por outros já apontados no parlamento.
Diria que falta uma postura mais enérgica para tentar reprimir esses atos constantes praticados pelo deputado [...] Espero que a gente consiga que o Conselho de Ética use seu espaço para mostrar que não está ali de forma protocolar.
Deputada Erika Hilton, ao UOL Entrevista
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