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Deputado que comparou mulheres com vacas tem novo pedido de cassação

O deputado estadual de Mato Grosso Gilberto Cattani (PL), que já comparou a gestação de mulheres com a de vacas, se tornou alvo de um novo pedido de cassação de seu mandato, agora por parte da vereadora Maysa Leão (Republicanos-MT).

O que aconteceu:

Maysa Leão acionou a Assembleia Legislativa contra Cattani após ele publicar nas redes sociais trecho de uma entrevista concedida por ela a um podcast, no qual a parlamentar se posicionou de forma contrária à castração de estupradores porque "macularia a civilidade" por ir contra o que preconiza a legislação brasileira.

Gilberto Cattani postou apenas alguns segundos, em vez da fala completa da vereadora, e disse que ela era "a favor de estupradores". Após a publicação do deputado, Leão passou a ser alvo de ameaças de estupro para parar de "defender bandido".

A vereadora pediu ao deputado que excluísse a postagem, mas ele se recusou. Disse à parlamentar que ela recorresse aos meios legais para que a publicação fosse deletada.

Maysa registrou um boletim de ocorrência contra Cattani por violência política de gênero e reportou contra o deputado junto à Comissão de Ética da Assembleia de Mato Grosso. Se o pedido for aceito, ele precisará responder a um novo processo de cassação na Casa.

Troca de acusações

Leão alega que o post do deputado a "perturba" não apenas "como parlamentar, mas também como mulher e mãe". Ela ressaltou que sua fala foi apenas contrária ao método de castração, não contra a punição a estupradores. Ela ainda destacou que seu nome foi "manchado" pelo post do deputado.

Gilberto Cattani também protocolou uma ação judicial contra Maysa Leão sob a alegação de que ela teria cometido crimes de calúnia e difamação por "acusar sem provas" que ele teria "incitado pessoas a cometerem crime".

Em junho, Cattani se tornou alvo de processo de cassação por comparar, em pelo menos três ocasiões, a gravidez de mulheres com a gestação de vacas para justificar um projeto contra o aborto. Em 2022, o MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) pediu investigação contra o político por postar foto de uma criança segurando arma de fogo — ele disse que seria uma "arma de brinquedo".

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