Descontração entre cotados, máscara de Lula: bastidores da posse de Barroso
O ministro Luís Roberto Barroso tomou posse na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) hoje.
Saiba os bastidores da cerimônia
Lugar de honra. Maria Bethânia se sentou na primeira fileira, ao lado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio de Almeida (Direitos Humanos) e Camilo Santana (Educação). Ela cantou o Hino Nacional, acompanhada apenas por um violão. Após a interpretação, ela ganhou abraço, beijo e os cumprimentos de Barroso: "Muito lindo!".
Preparativos. O presidente Lula chegou às 15h50 e foi recebido na entrada pela atual presidente do STF, Rosa Weber, que passa o comando a Barroso hoje. Na véspera da cirurgia do quadril, Lula chegou direto do Palácio do Alvorada, onde fez exames pré-operatórios. Sua presença na posse só foi confirmada ontem, após liberação médica.
Ausência. O petista foi à cerimônia sem a primeira-dama, Janja da Silva. Mais cedo, ela visitou o Rio Grande do Sul com ministros após as mortes pelas fortes chuvas na região. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) chegou pouco depois, acompanhado da esposa, Lu.
Proteção. Por recomendação médica, o presidente usou máscara no plenário. Ele tem se protegido em ambientes públicos e grandes reuniões desde o início da semana. O objetivo é evitar qualquer intercorrência que provoque motivos para adiar a operação amanhã. Também por precaução, Lula cancelou as viagens que faria a São Paulo e Minas Gerais e concentrou os compromissos em Brasília.
Número da sorte. Barroso abriu o discurso com uma piada interna: dividiria a sua fala em três partes. Os presentes riram: quem acompanha o Supremo se acostumou com o ministro dividir o voto em três partes distintas. O número três apareceu em outras partes de sua fala.
Concorrência. Favoritos para a vaga de Rosa no STF, Flávio Dino, Jorge Messias e Bruno Dantas sorriram e tiraram fotos no plenário. Eles também se sentaram na mesma fileira.
Mundo dá voltas. Quem falou pela Suprema Corte na posse foi o ministro decano, Gilmar Mendes. Uma ironia do destino após o histórico de rusgas entre ele e Barroso. Hoje, eles dizem que fizeram as pazes e estão em harmonia. Houve até um abraço entre os dois após o discurso elogioso de Gilmar.
Ontem e hoje. O ministro Fernando Haddad nem ficou até o final dos discursos da posse nem participa da festa à noite do novo presidente do STF, então jantou com ele no dia anterior.
Nem te vi. O ex-presidente José Sarney, 93, subiu as escadas da entrada apoiado por seguranças e parou no alto para cumprimentar o fotógrafo Ricardo Stuckert. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), chegou na sequência e, aparentemente sem vê-lo, passou reto pelo conterrâneo. Ex-PCdoB, Dino cresceu politicamente —e foi eleito ao governo do Maranhão —como opositor à família Sarney. Na última eleição, no entanto, eles estavam juntos, em apoio a Lula.
Diga-me com quem andas. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e Davi Alcolumbre (União-AP) chegaram juntos. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, foi sozinho.
Silêncio. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), esteve na cerimônia. Ao ser abordado por alguns jornalistas, foi ríspido e evitou qualquer resposta sobre as mais de 50 mortes no estado.
Recado. Em seu discurso, o presidente da OAB, Beto Simonetti, afirmou que advogados ainda enfrentam várias violações a suas prerrogativas —e mencionou a negativa a sustentações orais presenciais. Internamente, Beto tem sido pressionado por uma ala mais conservadora —e bolsonarista— em relação aos casos do 8/1.
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