Preso na Papuda por atos golpistas de 8 de janeiro é hospitalizado

Claudinei Pego da Silva, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, por participação nos ataques de 8 de janeiro, foi hospitalizado neste sábado (9).

O que aconteceu

Claudinei rasgou uma camisa para fazer corda e se pendurar. O preso foi atendido pelo Samu e levado ao hospital. De acordo com a advogada Ana Maiara Silva, seu cliente ainda não havia sido liberado até o começo da noite.

Alexandre de Moraes negou revogação de prisão preventiva. O réu tinha parecer favorável à liberação da Procuradoria-Geral da República, mas o ministro do STF tornou pública no último dia 24 a decisão de não acatar o pedido.

Tentativa de suicídio se deu após morte de amigo preso. Segundo Ana Maiara, Claudinei perdeu há pouco tempo um companheiro, também preso, que tinha problemas de saúde e ficava em outra cela.

Outra morte na Papuda. Em 20 de novembro, Cleriston Pereira da Cunha, 46, morreu após ter um "mal súbito" durante o banho de sol. Ele também estava preso por conta dos atos de 8 de janeiro.

STF diz que defesa do réu nunca apontou questão de saúde. Em nota divulgada hoje (12), a Corte informou que, além da participação ativa dele no movimento golpista, Silva "possui diversos registros policiais e judiciais, como posse irregular de arma de fogo, ameaça, dano, além de violência doméstica, fatos que foram considerados para a manutenção da prisão".

Corte diz que ele será julgado entre dezembro e fevereiro no plenário virtual. "Ao tomar conhecimento da tentativa de suicídio, a equipe do relator das ações penais entrou em contato com o diretor da unidade prisional (...) Conforme o relato do presídio, o réu não sofreu nenhuma lesão", diz ainda o comunicado.

Procure ajuda

Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

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Réus começaram a ser julgados em setembro

Apoiadores do Jair Bolsonaro (PL) invadiram e saquearam os edifícios da Presidência, do Congresso e do STF. Eles estavam inconformados com a derrota do ex-presidente para Lula (PT) nas eleições realizadas em outubro do ano passado.

Ministério Público apresentou 232 denúncias relacionadas ao episódio. Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e associação criminosa foram alguns dos crimes elencados pelo órgão ao STF, que ficou responsável por julgar os casos.

Até outubro, 20 pessoas haviam sido condenadas por conta dos ataques. A elas, foram imputadas penas de até 17 anos de prisão.

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