Vídeo apagado por Bolsonaro que Meta diz não ter está na internet; veja
O UOL recuperou o vídeo publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após os atos golpistas de 8 de janeiro. O STF determinou que a Meta disponibilizasse o conteúdo até ontem (7), mas a dona do Facebook disse que não conseguiu recuperar o post apagado.
O que aconteceu
O vídeo foi obtido por meio da plataforma MetaMemo, que arquiva publicações da família Bolsonaro na internet e não tem relação com a controladora do Facebook. Inicialmente, o site Intercept Brasil publicou sobre a possibilidade de reaver o vídeo pelo acervo online.
A PGR, que pediu o vídeo à Meta, disse desconhecer a plataforma e afirmou não ter recebido o vídeo até agora. A Procuradoria-Geral da República não respondeu se o vídeo recuperado pode ser usado no inquérito que investiga Bolsonaro.
A Meta afirmou que "não comenta a operação de plataformas desenvolvidas por terceiros" e explicou que o vídeo não foi encontrado nos servidores da plataforma por ter sido apagado por Bolsonaro antes da solicitação de preservação do conteúdo.
O UOL procurou o STF a respeito do conteúdo preservado pela MetaMemo, mas ainda não recebeu retorno.
Leia resposta completa da Meta sobre o vídeo:
"Como amplamente noticiado pela imprensa no início do ano, o vídeo em questão foi deletado pelo próprio usuário. Na data da ordem judicial exigindo a sua divulgação, o conteúdo já não estava mais disponível nos servidores da empresa, o que impossibilita o cumprimento da ordem. Reiteramos que colaboramos com as autoridades e cumprimos ordens judiciais em conformidade com as leis e nossa capacidade técnica" - Porta-voz da Meta.
Sobre os outros questionamentos, a Meta não comenta a operação de plataformas desenvolvidas por terceiros.
Facebook: recuperar vídeo é "impossível"
A PGR afirmou que o vídeo era necessário para decidir se há ou não elementos para denunciar Bolsonaro. O pedido foi feito pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o suprocurador-geral Carlos Frederico Santos, que investiga atos de incitação, financiamento e execução relacionados ao 8 de janeiro.
O ministro Alexandre de Moraes deu 48 horas para a dona do Facebook responder, sob pena de multa de R$ 100 mil.
A Meta informou ontem ao Supremo que, ao buscar internamente pelo vídeo, ele não estava mais disponível. A empresa afirma que a publicação do vídeo foi alvo de diversas matérias jornalísticas, mas que não é possível encontrá-lo associado à conta de Bolsonaro no Facebook após a exclusão e antes do pedido de preservação de conteúdo.
Portanto, a despeito de sua postura cooperativa, a Meta respeitosamente reforça que não possui o conteúdo objeto da ordem e que seu fornecimento consubstancia obrigação materialmente impossível.
Meta em resposta ao STF
A primeira decisão determinando que o vídeo fosse preservado é de janeiro. Moraes pediu uma cópia do material nos autos da investigação sobre os "autores intelectuais" dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. Também foram requisitadas informações sobre o alcance da publicação de Bolsonaro - total de visualizações, número de compartilhamentos e de comentários. Uma nova notificação foi enviada em julho.
A Meta alega, no entanto, que só foi intimada das decisões em agosto e que "desconhecia" a ordem para preservar o vídeo antes disso.
Em 10.08.2023, assim que a META PLATFORMS foi intimada da decisão determinando a divulgação do vídeo, conduziu uma cautelosa busca em seus servidores, mas não foram identificados dados em resposta à requisição.
Meta em resposta ao STF
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Quero receberBolsonaro disse estar medicado ao publicar o vídeo; relembre
O vídeo trazia uma mentira relacionada às eleições de 2022 e afirmava que Lula (PT) havia sido "escolhido" por ministros do Supremo e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Bolsonaro fez a postagem no dia 10 de janeiro e a apagou minutos depois. Em depoimento à Polícia Federal em abril, o ex-presidente alegou que estava medicado quando fez a publicação. A versão dele é que o vídeo seria compartilhado no WhatsApp, para assistir depois, e não no perfil aberto no Facebook.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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