Ato contra Dino em São Paulo tem trio elétrico e 'volta, Bolsonaro'

O ato organizado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra a indicação de Flávio Dino ao STF realizado neste domingo (10) na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu manifestantes na esquina da via com a rua Peixoto Gomide.

O que aconteceu

Manifestantes criticam suposta "ditadura do Judiciário". Oradores falaram contra o chamado "ativismo judicial" no trio elétrico e levaram faixas que pedem a substituição dos 11 ministros do STF. É bom lembrar que André Mendonça e Kassio Nunes Marques foram indicados por Bolsonaro.

"Senador que vota em comunista vota contra o Brasil e contra a liberdade", anuncia faixa em trio elétrico em referência à sabatina de Dino. Em suas falas, os oradores dizem que o ato é em defesa da democracia e acusam Dino de ser um militante. Gritos de "volta, Bolsonaro" se deram por volta de 14h20.

Lula, Globo e Alexandre de Moraes também são alvos de faixas críticas. Há camisas à venda contra o aborto e a favor da flexibilização do porte de armas e da criação de uma contagem pública de votos no país. Débora Rodrigues e outras pessoas presas por participação nos ataques de 8 de janeiro foram lembrados.

Protesto revela perda de força do bolsonarismo em São Paulo. Manifestantes ocupam trecho entre Peixoto Gomide e ponta do Masp mais próxima dessa rua. Há pouco mais de um ano, um ato organizado por membros da direita exatamente no mesmo local no dia 7 de setembro durante a campanha eleitoral lotou toda a quadra entre a Peixoto Gomide e a rua Pamplona da Paulista.

Senadores comparecem ao ato

Magno Malta compara preso por ataques de 8/1 que morreu na cadeia a Vladimir Herzog. Segundo o senado do PL capixaba, tanto Clériston Pereira da Cunha (que morreu de um mal subito na Papuda no ultimo dia 20) quanto jornalista assassinado pela ditadura morreram sob tutela do estado.

Senador pergunta pelo prefeito de São Paulo. Jorge Seif (PL-SC) disse que Ricardo Nunes (MDB) quer o voto dos patriotas, mas não foi ao ato. "São Paulo vai votar em Ricardo, mas Ricardo Salles", afirmou Seif, arrancando aplausos dos manifestantes.

Advogado de réus do 8/1 é saudado pelo público. Sebastião Silva disse que escolha do dia 13 para avaliar indicação de Dino é provocação petista. O número é o usado pelo PT nas eleições.

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"Nós não podemos ter um comunista a mais no STF", diz Eduardo Girão. Senador cearense pelo partido Novo disse que Dino é um homem totalmente ideológico e sempre usou a magistratura de forma política.

"Essa é uma manifestação em defesa da democracia e o Dino não representa nada disso. Ele é militante, um político", disse o coronel Américo, um dos oradores do ato. "A direita segue viva e mais viva do que nunca", afirmou Bruno Fonseca, influenciador digital e que também é um dos oradores do ato.

O que dizem os envolvidos

Amanhã ou hoje à noite, o Datafolha vai dizer que aqui tinha 100 pessoas. Nós estamos aqui pela vida. Então, se nós estivéssemos só em dois, já valeria a pena.
Magno Malta (PL-ES), senador

Quem está em casa é frouxo e é covarde. Tem um monte de senador de direita trans, que se elegeu com nosso apoio e agora estão apoiando Dino. Covardes!
Jorge Seif (PL-SC), senador

O STF hoje é uma facção política de extrema esquerda e aqui está o povo de bem
Sebastião Coelho da Silva, desembargador aposentado e um dos oradores do ato

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A guerra que estamos vivendo não é política nem entre os homens, mas espiritual.
Eduardo Girão (Novo-CE), senador

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