Gleisi critica centrão e valores para emendas: 'Tudo tem limite'
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o Congresso por aprovar o valor recorde de R$ 53 bilhões em emendas parlamentares. Ela foi entrevistada pelo jornal O Globo.
O que aconteceu
Gleisi diz que as emendas parlamentares não podem substituir o governo. Os deputados e senadores usam o dinheiro para bancar obras em seus redutos eleitorais. Desde 2015, o centrão se movimenta para se apoderar cada vez mais do dinheiro do orçamento enquanto a Presidência perde poder de barganha. A petista teve R$ 19.446.343 em emendas pagas pelo governo em 2023, mostra a Câmara.
Ela diz que o valor de R$ 53 bilhões é um "ultraje" e falou sobre o presidente Lula (PT), que vetou R$ 5,6 bilhões das emendas. "O pessoal do Congresso fica bravo, chateado. Não pode ser assim. Tudo tem limite. Temos que conservar o que é papel constitucional de cada Poder".
O presidente Lula ainda tenta negociar a manutenção do veto de R$ 5,6 bilhões nas emendas. O Congresso cobra uma contrapartida para não derrubar o veto.
Gleisi também explicou por que o governo não consegue frear o crescimento "exorbitante" das emendas parlamentares. "Não temos uma correlação de forças para isso. Precisamos que a sociedade nos ajude, para não deixar o Legislativo avançar desse jeito".
Achei um ultraje o valor aprovado para emendas parlamentares no Orçamento, R$ 53 bilhões. É quase o total para investimento. Não sou contra as emendas, mas elas não podem substituir (o papel do governo). Não há um planejamento para o país na execução desses recursos, que seguem interesses dos parlamentares. Aí, o presidente veta R$ 5,6 bilhões, e o pessoal do Congresso fica bravo, chateado. Não pode ser assim. Tudo tem limite. Temos que conservar o que é papel constitucional de cada Poder.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT
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