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Investigação da PF quer 'inibir a oposição', dizem senadores bolsonaristas

Senadores que integram a bancada de oposição ao governo Lula (PT) afirmaram, em entrevista coletiva, que a operação da PF (Polícia Federal) deflagrada nesta quinta-feira (8) tenta "inibir a oposição". O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores são alvo de investigações por suposto plano de golpe de Estado.

O que aconteceu

O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), criticou o governo e o ministro Alexandre de Moraes. "É um 'contorcionismo jurídico' para inibir a oposição brasileira. Por 'coincidência', o senador Humberto Costa (PT-PE) ingresso pedindo o cancelamento do registro do PL".

Marinho também criticou o fato de Moraes aparecer nas investigações como possível vítima e também juiz. "Qualquer estudante de Direito sabe que quem é vítima não pode investigar. Não tem imparcialidade, isenção para estar à frente de um inquérito".

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) minimizou a possibilidade de golpe, levantada publicamente por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em manifestações. "O presidente Bolsonaro nunca autorizou nenhum golpe e nunca houve nenhum golpe. [...] Execução [do golpe] nunca houve. Cogitar, qualquer pessoa pode cogitar".

Mais cedo, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), havia dito que as Forças Armadas não podem se omitir após a operação da PF. Durante a coletiva de imprensa, ele minimizou a fala. "O Exército tinha que ter aberto inquérito, conduzido a investigação e, caso se comprovasse que aquelas pessoas [militares] tivessem cometido algum tipo de crime, então passasse para as mãos de quem estaria conduzindo o restante dos inquéritos".

Entenda a operação

Jair Bolsonaro é um dos alvos da operação de hoje (8). Os agentes foram à casa do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ) para recolher o passaporte. Como o documento não estava no local, foi dado o prazo de 24 horas para a entrega. Depois, o passaporte foi encontrado na sede do PL e apreendido.

O celular de Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, também foi apreendido.

O coronel Marcelo Costa Câmara e Filipe Martins, ex-assessores de Bolsonaro, foram presos. A PF também prendeu Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.

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Ex-ministros de Bolsonaro são alvos de busca e apreensão. Entre os nomes estão Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também é alvo da PF. Ele foi preso por posse ilegal de arma de fogo.

Bolsonaro recebeu cópia da minuta. De acordo com a PF, as provas colhidas até o momento apontam que Bolsonaro recebeu o material de Filipe Martins, então assessor do presidente, e Amauri Saad, advogado apontado como autor do texto.

O que diz Bolsonaro

"Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável", declarou o ex-presidente. A fala foi em uma ligação de WhatsApp por vídeo à coluna de Mônica Bergamo, na Folha. "Me esqueçam, já tem outro governando o país", acrescentou.

"Levaram meu telefone". Ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro e um dos alvos da operação, o Almirante Almir Garnier Santos se manifestou em nota dizendo que teve o seu aparelho apreendido e pediu orações. Ele ainda atribuiu a operação à situação política do país.

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