'Professora': Cid e Câmara usavam codinome para se referir a Moraes, diz PF
Marcelo Câmara, assessor de Jair Bolsonaro (PL), e Mauro Cid, tenente-coronel ex-ajudante de ordens do ex-presidente, usavam o codinome "professora" para se referir ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, segundo a PF. A informação é de reportagem de Natália Portinari e Paulo Roberto Netto.
O que aconteceu
Preso na manhã desta quinta (8), Câmara foi responsável por uma operação de monitoramento de Moraes, cujo objetivo final era prendê-lo para tentar dar um golpe de Estado, segundo a Polícia Federal.
Codinome para Moraes. Uma conversa entre Cid e Câmara em 15 de dezembro de 2022 revela que o assessor estava acompanhando a localização de Moraes. Eles se referiam ao ministro pelo codinome de "professora".
Localização vigiada. Dias depois, em 21 de dezembro de 2022, eles voltaram a conversar sobre o deslocamento do ministro.
Nos dias 21.12.22 e 24.12.22 MAURO CID questiona novamente MARCELO CÂMARA: ''Por onde anda a professora?'. CÂMARA responde confirmando a localização em São Paulo e informa: ''Volta no dia 31 a noite para posse'. Questionado por MAURO CID se 'Na capital ou no interior?', CÂMARA responde: 'Na residência em SP eu não sei onde fica'.
Trecho da representação da Polícia Federal citada em decisão de Alexandre de Moraes
O deslocamento citado nas conversas corresponde ao de Moraes nesses mesmos dias. Segundo apuração da PF, o acompanhamento da localização do ministro no final do ano "demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral", ou seja, Alexandre de Moraes.
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